Vanderlan bate boca nas redes sociais pela liberação do amianto, banido pelo STF do Brasil

Com a produção proibida no País pelo Supremo Tribunal Federal (STF), um grupo de senadores liderados por Vanderlan Cardoso (PSB) visitou a cidade de Minaçu, no norte do Estado, em defesa da volta da produção do amianto crisotila pela Mineradora Sama. A produção no local foi encerrada em fevereiro passado.

O lobby do senador goiano pela volta da produção de amianto em Minaçu não se resumiu à visita de uma comitiva de senadores ao local – que incluiu a presença do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O perfil de Vanderlan no Twitter reforçou a defesa da produção e tentou abrir discussão com todos aqueles que explicam os comprovados riscos à saúde humana. Ele diz que vai levar integrantes do Supremo para conhecer a mina - com um certo atraso, já que a decisão do STF de proibir o amianto já foi tomada.

O principal argumento de Vanderlan Cardoso para defender de forma contundente a volta da produção de amianto é que se o País tivesse realmente preocupado com a saúde pública o consumo de cigarros seria proibido. A comparação simplesmente não cabe. O Ministério da Saúde produz campanhas e informa sobre os riscos do consumo de tabaco - e faz uso de forma espontânea quem assim deseja. No caso da produção do amianto, o trabalhador de uma mineradora não tem esse poder de decisão, além de ser constantemente enganado por vários atores que garantem que a produção do mesmo é segura.

Outra alegação de Vanderlan Cardoso para a volta da produção de amianto em Minaçu é que a Mineradora Sama mantém um local seguro, com rígidas normas de segurança. “O ar, lá dentro, tem mais qualidade do que fora. O problema hoje não é o amianto, mas a desinformação”, defende o senador goiano.

Todos os argumentos de Vanderlan pertencem a um forte do lobby da indústria do amianto nos países em que ele é produzido. Vale ressaltar, o contato com o amianto não se dá apenas nas minas onde a fibra é extraída, mas também com os produtos finais confeccionados pela indústria como telhas e caixas d’água.

Em 2010 e em 2014 a Mineradora Sama fez doações às campanhas eleitorais de Vanderlan Cardoso, candidato ao governo de Goiás nas duas ocasiões. A primeira doação registrada foi de R$ 100 mil. Na disputa seguinte, Vanderlan amealhou R$ 130 mil da mineradora. Ela também já doou ao então deputado e senador Ronaldo Caiado (DEM), hoje governador e também defensor do amianto, além de vários outros políticos goianos. 

Banimento
Há décadas o amianto é utilizado na fabricação de materiais para a construção civil. Após ser incluída no grupo principal de substâncias cancerígenas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a produção e utilização do produto já foi proibida em cerca de 60 países, incluindo recentemente o Brasil.

De acordo com a OMS, que luta pela erradicação do produto, cerca de 125 milhões de pessoas estão expostas à fibra do amianto no mundo todo e pelo menos 100 mil morrem a cada ano por doenças associadas ao produto. Todos os tipos de amianto causam câncer de pulmão, laringe, ovário, além de fibrose pulmonar e mesotelioma. 

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