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Goiânia, 29/05/24
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Daniel disse que tentou convencer o prefeito de que não era hora, em meio a pandemia, de promover tantas mudanças na gestão

‘Rogério foi proibido por seu partido de conversar com a direção do MDB’, diz Daniel Vilela

05/04/2021, às 15:11 · Por Redação

O presidente do MDB de Goiás, Daniel Vilela, disse, durante entrevista realizada na manhã desta segunda-feira, 5, que o diálogo com o prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) foi encerrado com a direção do MDB. 

Daniel disse que tentou convencer o prefeito de que não era hora, em meio a pandemia, de promover tantas mudanças na gestão. “Além de não dar ouvidos aos argumentos, Rogério Cruz também encerrou qualquer diálogo, sendo literalmente proibido por seu partido de conversar com a direção do MDB e com membros que coordenaram a campanha e o plano de governo de Maguito”, disse. 

Daniel disse o rompimento se dá pela defesa do legado de seu pai, Maguito Vilela, e que a principal razão da decisão foi a “guinada” que o republicano tem tomado em relação ao “projeto que os goianienses escolheram”. O emedebista disse que Rogério Cruz tem tomado decisões sem se comunicar com os secretários e atribuiu as decisões ao Secretário de Governo, Arthur Bernardes, indicado pela direção nacional do Republicanos.

Leia discurso do presidente estadual do MDB Daniel Vilela

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE GOIÂNIA 

Em novembro do ano passado, o eleitor de Goiânia foi às urnas e elegeu como prefeito Maguito Vilela, cuja candidatura representava o compromisso com um projeto que manteria a cidade no caminho da modernização, com melhorias na mobilidade, na educação, na saúde, no desenvolvimento econômico e na garantia da continuidade das várias conquistas da gestão de Iris Rezende. Tudo isso casado com uma plataforma de amparo social, marca indelével da trajetória de Maguito. Lamentavelmente, no dia 13 de janeiro, Maguito acabou vitimado pela Covid-19. 

Mas permaneceram compromissados com os propósitos e o legado de Maguito aliados e auxiliares experientes, que formavam uma equipe de competência inequívoca, afinada com a forma de trabalho do prefeito eleito. Em menos de três meses, esse time, atuando com eficiência e sinergia junto ao prefeito e à Câmara Municipal, já resgatou parte dos compromissos de campanha, a exemplo do IPTU Social, do Renda Família e implantou inovações nas áreas de gestão de pessoas e de projetos. Além disso, nenhuma das grandes obras deixadas por Iris Rezende havia sido interrompida, cumprindo outro compromisso assumido por Maguito com o eleitor goianiense. 

Contudo, pouco mais de dois meses após a morte do prefeito eleito, assistimos a uma completa mudança de rumos da atual gestão. O prefeito Rogério Cruz paralisa obras, suspende projetos e não consegue mais apontar com clareza os rumos da administração. Ou não pode fazê-lo. 

A realidade é que quem está comandando hoje a Prefeitura de Goiânia é a direção nacional do Republicanos, a partir de nomes de fora de Goiás indicados por eles para funções estratégicas na administração. Goiânia está sob a direção de uma legião estrangeira descomprometida com nossa população, composta por pessoas que sequer conhecem a cidade ou sabem os desejos e necessidades de seus moradores. Todos eles nomes obscuros para os goianienses e muitos desconhecidos até pelo próprio prefeito. Já faz algumas semanas que dirigentes do partido de Rogério Cruz despacham livremente no Paço Municipal, distribuindo ordens mesmo sem terem qualquer conhecimento da administração local. 

Ao se afastar do plano de governo e das pessoas que o construíram e o defenderam, Rogério Cruz age com deslealdade e trai o legado de Maguito, quebrando também o voto de confiança conferido nas urnas pelos goianienses. Na ocasião da posse como prefeito, Rogério Cruz disse publicamente: “Já afirmei várias vezes que seria fiel soldado do prefeito Maguito e assim continuarei. Ao executar o plano de governo que construímos juntos, quero fazer por Goiânia tudo aquilo que Maguito sonhou e projetou”. Palavras que agora só reforçam o gosto amargo da traição à nossa cidade. 

A partir da verdadeira intervenção no Paço Municipal, iniciou-se um desmonte nos quadros da administração que vai muito além dos ajustes que o prefeito afirmou que faria em função do (natural e legítimo) desejo de escolher auxiliares mais próximos, do ponto de vista político e pessoal. De forma pouco transparente e sem o consentimento da população, a Prefeitura de Goiânia está sendo loteada por grupos políticos e consultores de fora do nosso Estado. 

Diante de tudo isso, abaixo assinados, auxiliares do primeiro escalão da Prefeitura, comprometidos com o projeto e o legado de Maguito Vilela, entregam, em caráter irrevogável, seus cargos e se retiram da administração por não pactuarem com os novos rumos imposto pelo Republicanos. O prefeito Rogério Cruz não representa mais o projeto político e administrativo idealizado por Maguito Vilela e eleito pelos goianienses. Ele quer fazer outro governo.

 Importante ressaltar que a decisão expressa nesta carta não se trata de atitude impensada ou tomada sem diálogo. Pelo contrário. Foi argumentado diversas vezes com o prefeito que não havia concordância com as mudanças apressadas, em meio a uma pandemia, e com a forma como grupos de fora estavam tomando o poder na capital. Além de não dar ouvidos aos argumentos, Rogério Cruz também encerrou qualquer diálogo, sendo literalmente proibido por seu partido de conversar com a direção do MDB e com membros que coordenaram a campanha e o plano de governo de Maguito.

 Ao fechar as portas ao diálogo, Rogério Cruz foi além e informou ao presidente regional do MDB, Daniel Vilela, que qualquer assunto relacionado à Prefeitura teria de ser tratado com Wanderley Tavares, presidente do Republicanos do Distrito Federal, ou com o deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente nacional da legenda. Uma sinalização clara e preocupante de que o destino de Goiânia passou a ser decidido fora daqui. 

Por fim, é preciso dizer à sociedade goianiense que lamentamos profundamente o que ocorre hoje na Prefeitura. Em função da discordância frontal com os rumos da gestão da nossa cidade, nos afastamos da atual administração, mas jamais nos afastaremos de Goiânia e dos goianienses. Nosso compromisso com a melhoria da qualidade de vida da nossa capital permanece intacto. Seguiremos vigilantes e cobrando, de forma enfática, que a atual gestão cumpra o que foi assumido com o eleitor na campanha. Não seremos cúmplices de quem porventura tenha decidido por outro caminho que não o de trabalhar para Goiânia seguir em frente. 

Goiânia, 05 de abril de 2021 

Agenor Mariano, secretário de Planejamento Urbano e Habitação 

Alessandro Melo, secretário de Finanças

 Pedro Chaves, secretário de Mobilidade 

Euler de Morais, secretário de Relações Institucionais

 Murilo Ulhôa, presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos 

José Frederico, secretário de Prioridades Estratégicas 

Carlos Júnior, secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa 

Leandro Vilela, secretário extraordinário 

Gean Carvalho, secretário-executivo de Assuntos Estratégicos 

Célio Campos, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia 

Filemon Pereira, secretário de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas 

Colemar Moura, controlador-geral do Município 

Antônio Flávio, procurador-geral do Município

 Kléber Adorno, secretário de Cultura 

TESTEMUNHAS 

Andrey Azeredo, ex-secretário de Governo

 Aristóteles de Paula, ex-presidente da Comurg 

Bruno Rocha Lima, ex-secretário de Comunicação

 Luiz Bittencourt, ex-secretário de Infraestrutura Urbana

 Marcela Araújo Teixeira, ex-secretária de Administração

 Zilma P. Campos Peixoto, ex-presidente da Agência de Meio Ambiente 

Marcelo Ferreira da Costa, ex-secretário de Educação


Daniel Vilela Maguito Vilela Rogério Cruz.
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