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Goiânia, 29/05/24
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Ruber Couto/Divulgação

Fungicidas mais usados no estado ficaram quase 50% mais caros. Para os produtores rurais, além da alta do dólar e da crescente demanda mundial, os aumentos também são reflexo de uma especulação em virtude da melhor cotação das Commodities

Inflação de insumos do campo tem alta de até 65% em Goiás, o que pode refletir nas cotações dos produtos agropecuários

28/03/2021, às 06:00 · Por Izabella Vilella

Os custos de produção nas lavouras goianas estão sendo pressionados pelos fortes aumentos nos preços de insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos. Essas altas devem acabar refletindo nas cotações dos produtos agropecuários.

Um levantamento da variação dos preços dos principais insumos agropecuários em Goiás mostra que até mesmo as máquinas agrícolas sofreram com inflação alta. Foi o caso das plantadeiras, que ficaram 87% mais caras. Mas um dos maiores impactos sobre o custo de produção veio mesmo da alta dos fertilizantes, os quais são muito utilizados nas lavouras. 

Em um ano, os preços dos fertilizantes chegaram a subir 65% e os fungicidas mais usados em Goiás ficaram quase 50% mais caros. Para os produtores rurais, além da alta do dólar e da crescente demanda mundial, os aumentos também são reflexo de uma especulação em virtude da melhor cotação das Commodities.

As “commodities” correspondem a produtos básicos, sem diferenciação e/ou em estado bruto; são “mercadorias” que funcionam como matéria-prima para outros produtos. Elas são bens de consumo mundial e, por isso, são comercializadas em todo o mundo em bolsas de valores – países que produzem determinada commodity a exportam para outros países e sua comercialização é global.

Contratos e novo manejo

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Adriano Barzotto, a situação é muito preocupante para os agricultores que fizeram contratos de venda antecipada da safra. Segundo ele, com essa antecipação, alguns agricultores não estão usufruindo dos altos preços atuais do grão, que chegam a R$ 150,00 por saca. "Cerca de 60% da soja foi comercializada por menos de R% 90,00 em contratos pré-fixados. Agora, estes produtores estão tendo que arcar com altas muito maiores sobre os insumos que precisam", frisou.

Na perspectiva de Adriano, as empresas de fertilizantes e defensivos acreditam que todos os produtores estão vendendo a saca de soja por R$ 150,00, por esse motivo, subiram os preços de maneira desproporcional e exorbitante e, por isso, precisam rever os valores praticados, atualmente. 

Para reduzir o impacto da alta nos preços dos insumos agrícolas, diversos produtores brasileiros já investem em ferramentas alternativas para suprir as necessidades nutricionais das plantas. Muitos olham não só pela perspectiva de redução de custos, mas do aumento da produtividade da lavoura.

A substituição da adubação química por outras fontes de nutrientes, como as orgânicas, minerais ou organominerais, além de atingir esses dois objetivos, também pode contribuir para equilibrar o mercado diante de uma possível escassez de insumos em Goiás, já que outros estados já registraram uma baixa oferta destes produtos.


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