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Goiânia, 29/05/24
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O chamado “kit intubação” são os analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares necessários para fazer a ventilação invasiva

Hospitais particulares de Goiás vivem drama com falta de sedativos

23/03/2021, às 13:27 · Por Redação

A escassez de bloqueadores neuromusculares e sedativos também chegou na rede privada em Goiás. Profissionais de saúde ouvidos por O Popular relatam substituição por sedativos menos eficazes, economia nas doses aplicadas e empréstimo com cidades vizinhas.

Hospitais privados de Goiânia pediram sedativos emprestados para o Governo do Estado. O Estado vive o pior momento da pandemia da Covid-19, com recorde de óbitos e internação. Na última sexta-feira, 19, chegou-se a ter 1.812 pacientes hospitalizados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) nas redes públicas e privadas de Goiás. O máximo na primeira onda foram 786. 

Na manhã desta segunda, 22, 330 esperavam por uma vaga de UTI na rede estadual. Esse aumento da demanda multiplicou o uso de medicamentos para entubação. Além disso, a indústria d esse tipo de substância está saturada, não atendendo encomendas com a quantidade prevista e na data agendada. 

O chamado “kit intubação” são os analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares necessários para fazer a ventilação invasiva, que é quando uma espécie de “tubo” é inserido na traqueia do paciente. O procedimento é feito em pacientes graves com coronavírus que estão com baixa oxigenação e não melhoram com métodos menos invasivos. A escassez desses medicamentos para manter os pacientes inconscientes pode levar a sequelas, agravamento e até a morte. 

 “Paciente covid positivo tem uma certa resistência na sedação. Tem uns que depois que está entubado, acordam e arrancam o tubo”, relata um médico da linha de frente de uma cidade do interior, que pediu para não ser identificado. Na semana retrasada, médicos da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Inhumas fizeram uma carta aberta relatando dificuldade diária em conseguir estoques suficientes de sedativos e analgésicos. 

“Gerando angústia em toda a equipe (...) fazendo com que vivamos um cenário de pacientes acordando, extubando, fazendo arritmias cardíacas e assincronia ventilatória, aumentando a chance de óbito, além do desespero de não ter o que fazer”, descreve trecho do documento.


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