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Goiânia, 29/05/24
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A maior parte dos R$ 4,8 milhões pagos, segundo a planilha revelada pelo Estadão, foi entregue em um apartamento na região da Avenida Paulista

Marconi é citado em matéria do Estadão que revela documento com 187 pagamentos da Odebrecht

22/04/2019, às 00:00 · Por Eduardo Horacio

Matéria publicada hoje no jornal O Estado de S.Paulo revela que uma planilha da transportadora de valores que operou para a Odebrecht em São Paulo indica que ao menos 187 entregas de dinheiro a políticos, marqueteiros e agentes públicos foram consumadas na capital paulista, entre setembro de 2014 e maio de 2015. O arquivo, que é mantido sob sigilo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), revela os nomes dos intermediários que teriam recebido propina ou caixa 2 de campanha e os endereços onde os valores delatados há dois anos pela empreiteira foram pagos. 

O Estadão teve acesso à planilha, que foi entregue à Polícia Federal por Edgard Venâncio, ex-gerente operacional da Transnacional, empresa contratada pelo doleiro Álvaro José Novis para fazer os pagamentos da Odebrecht na cidade de São Paulo. O material é considerado um importante elemento de prova pela força-tarefa da Lava Jato, uma vez que alguns acusados que já foram presos, como o ex-marqueteiro de campanhas petistas João Santana, confirmaram as datas e os valores que estão na planilha em suas delações premiadas.

A reportagem do Estadão cruzou os dados do arquivo da Transnacional com as planilhas fornecidas aos investigadores pelo doleiro e as que foram apreendidas no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Os 187 pagamentos cujas datas, valores e senhas coincidem estão vinculados a 57 codinomes criados pela empreiteira para ocultar a identidade do beneficiário final da propina. 

Na lista da transportadora há pagamentos cujas senhas estão vinculadas aos codinomes atribuídos a vários políticos. "Aparecem inclusive nove entregas para o policial militar Sérgio Rodrigues Vaz, que era motorista de Jayme Rincón, tesoureiro da campanha do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). A maior parte dos R$ 4,8 milhões pagos, segundo a planilha, foi entregue no apartamento de Rincón, na região da Avenida Paulista", diz a matéria do Estadão. 

O advogado de Marconi, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse o seguinte ao Estadão a respeito da matéria: “Sou advogado em vários inquéritos no Supremo com êxito, conseguindo o não recebimento de denúncias exatamente contra esse tipo de delação. São delações sem nenhum tipo de comprovação. É a palavra do delator. Estamos num momento interessante de fazer o enfrentamento dessas delações que foram feitas sem nenhuma responsabilidade e homologadas sem que o Poder Judiciário tivesse exercido o poder real de controle. Até agora, de seis denúncias que foram feitas no STF, conseguimos rejeitar cinco. Então, eu não tenho nenhuma preocupação com essas delações. São delações que serão literalmente desprezadas pelo Poder Judiciário na hora de fazer o enfrentamento técnico.”

A matéria do Estadão pode ser lida na íntegra aqui


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