Poder Goiás
Goiânia, 29/05/24
Matérias
Divulgação

O hospital chegou a ser uma referência na área da saúde em Goiânia durante décadas, mas diante de má gestão, foi à venda

Presidente do extinto Hospital Lúcio Rebelo morre vítima da Covid-19 em Goiânia

10/03/2021, às 18:11 · Por Eduardo Horácio

Morreu nesta quarta-feira, 10, o proprietário e presidente do extinto Hospital Lúcio Rabelo, Percival Xavier Rebelo Filho. O médico de 78 anos foi internado no sábado, 6, com a mulher, Maria Helena Leal Lúcio Rebelo, também acometida com a doença. No início da madrugada desta quarta-feira, 10, ele não resistiu. Ela continua internada e seu estado é considerado grave, segundo amigos próximos. 

Maria Helena é deficiente física há anos e depende de cadeira de rodas para se movimentar. Ela foi atropelada logo após seu casamento com Percival Rebelo com quem teve três filhos, Cejana, do casal e Daniela e Fernando, adotados. Percival deixa dois netos.

 A família vinha enfrentando problemas desde que decidiu vender o hospital que leva o nome do pai do pediatra. Inaugurado em 1975, o Hospital Lúcio Rebelo foi uma referência na área da saúde em Goiânia durante décadas, mas diante de má gestão, foi à venda, o que ocorreu em 2017 em formato de cotas, passando a se chamar Adonai. 

Como os compradores não cumpriram os compromissos previstos no contrato, Percival e Maria Helena conseguiram retomar o prédio um ano depois, em condições precárias. A unidade de saúde retomou o nome anterior, mas não chegou a ser reaberto.

A Justiça penhorou o prédio para pagamento de dívidas trabalhistas. Em agosto do ano passado, a Organização Social Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH) conseguiu na justiça autorização para gerir o estabelecimento, com a intenção de abrir leitos para tratamento de Covid-19, mas as negociações não avançaram. Advogado da família, Carlo Adriano explicou que o hospital precisa de reformas antes de voltar a funcionar. 

Em 2019, o Hospital Lúcio Rebelo chegou a ser mencionado pela Polícia Federal durante a operação Ozark-Narco, quando foram presos o megatraficante Leonardo Dias Mendonça e o ex-prefeito de São Miguel do Araguaia, Nélio Pontes da Cunha. 

Na época, os investigadores disseram que havia uma possibilidade de o grupo criminoso estar negociando a compra do hospital com o objetivo de lavar dinheiro. A família rechaçou a informação dizendo que nunca negociou a venda com as pessoas mencionadas pela Polícia Federal.


Coronavírus
P U B L I C I D A D E