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Goiânia, 28/03/24
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Edilson Dantas/Agência O Globo/Arquivo

Os governadores alegam que há distorção dos valores, uma vez que eles também englobam repasses obrigatórios pela Constituição Federal, todos previstos no Pacto Federativo brasileiro

Em carta, Caiado e mais 15 governadores contestam Bolsonaro sobre repasses para combate à Covid-19

01/03/2021, às 23:35 · Por Izabella Vilella

Jair Bolsonaro (sem partido) foi o destinatário de uma carta assinada por 16 remetentes, todos com o mesmo objetivo: alertar a população brasileira de que o presidente tem compartilhado informações distorcidas sobre os repasses da União para o enfrentamento à Covid-19. O documento, divulgado nesta segunda-feira, 1º, conta com assinatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).


Por meio de publicações em suas redes sociais, no último fim de semana, Jair Bolsonaro detalha os repasses feitos pelo Governo federal para cada Estado. Conforme a postagem, Goiás teria recebido R$ 27,1 bilhões para a Saúde e R$ 9,95 bilhões de auxílio emergencial.


A carta faz menção, por exemplo, aos recursos repassados para a área da Saúde que, segundo o texto, equivale a uma parcela minoritária dentro do valor divulgado. “Adotando o padrão de comportamento do presidente da República, caberia aos estados esclarecer à população que o total dos impostos federais pagos pelos cidadãos e pelas empresas de todos [os] estados, em 2020, somou R$ 1,479 trilhão. Se os valores totais, conforme postado hoje [domingo], somam R$ 837,4 bilhões, pergunta-se: onde foram parar os outros R$ 642 bilhões que cidadãos de cada cidade e cada estado brasileiro pagaram à União em 2020?”, segue outro trecho da carta.

Os chefes de Executivos estaduais alegam que há distorção dos valores, uma vez que eles também englobam repasses obrigatórios pela Constituição Federal, todos previstos no Pacto Federativo brasileiro.

No documento, os governadores também se mostram preocupados com a utilização pelo “Governo Federal de instrumentos de comunicação oficial, custeados por dinheiro público, a fim de produzir informação distorcida, gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais”. Além disso, afirmaram que o Executivo parece “priorizar a criação de confrontos e o enfraquecimento da cooperação federativa essencial aos interesses da população, durante uma pandemia.

 “A contenção de aglomerações preservando ao máximo a atividade econômica, o respeito à ciência e a máxima agilidade na vacinação constituem o cardápio que deveria estar sendo praticado de forma coordenada pela União, pois são o conjunto que busca a proteção à vida, o primeiro direito universal de cada ser humano. É nessa direção que nossos esforços e energia devem estar dedicados”, encerra a carta.


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