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Goiânia, 29/05/24
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Caiado e Wilder Morais voltaram falando de VLT depois que visitaram a feira Intermodal South América 2019 e conheceram o trabalho da empresa Build Your Dreams (BYD)

O que Caiado quer na avenida Anhanguera? Desistir dela ou fazer o VLT?

17/04/2019, às 00:04 · Por Eduardo Horacio

Em entrevista ontem na TV Brasil Central (veja a íntegra aqui), o governador Ronaldo Caiado (DEM) voltou a ter ideias conflitantes, algo já visto em outros momentos de seu discurso como inquilino do Palácio das Esmeraldas. Desta vez, em um intervalo de apenas três minutos, soltou duas ideias bem conflitantes para a avenida Anhanguera: privatizar o serviço de transporte coletivo de ônibus e implantar na Avenida Anhanguera o VLT (anunciado durante oito anos pelo então governador Marconi Perillo, sem nunca sequer sair do papel). 

Primeiro, quando perguntado sobre a privatização do Eixo Anhanguera (hoje uma responsabilidade exclusiva do Estado), Caiado disse na TBC, palavra por palavra, o seguinte: 

- Não imagino governo tratar de assunto de ônibus, pneus, motor de ônibus, isso aí é algo que sai da função. Aquilo que é rentável para algum é extremamente deficitário para o Estado de Goiás. É um déficit na Metrobus todo dia, é ônibus quebrando, é uma linha que não atende a necessidade que precisa, a pretensão minha e do Iris é apresentar essa carta de intenções para mostrar que estamos abertos a uma discussão conjunta e colocarmos essa linha e a concessão à venda. 

Assim que terminou essa resposta, deixando claro que quer se livrar de cuidar de ônibus na Avenida Anhanguera, Caiado foi perguntado sobre a "questão do metrô". O governador respondeu assim, palavra por palavra: 

- O monotrilho, né? O monotrilho é uma empresa chinesa que tem larga experiência, tá fazendo em Salvador e tá fazendo agora uma parte também em São Paulo, tem um lado extremamente importante, eu gostei muito porque são pilares que sustentam e aí você abriria a Avenida Anhanguera e aí não teria aquela parte no meio ali, hoje quase que matou o comércio na Avenida Anhanguera, e você teria como ter o trânsito das pessoas circulando de um lado para o outro sem as distâncias enormes e além disso não teria que parar no sinal, pararia apenas onde o cidadão vai descer, o passageiro desce e sobe, então você teria a velocidade muito maior no percurso aí de 6 quilômetros, então eu vejo isso como positivo. 

Como se vê, aqui a ideia já é outra: o Estado continuaria com o controle da Avenida Anhanguera e faria ali um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), exatamente o projeto que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) prometeu aos goianos durante seus dois últimos mandatos e que jamais saiu do papel? Essa ideia é pra valer? Ou, de novo, uma brincadeira com a cara dos goianos? Se é só uma ideia, se não tem planejamento algum e muito menos orçamento, pra que falar nela? E outra: a intenção é sair de vez do Eixo Anhanguera, como deixa clara a primeira resposta, ou reformular o sistema, fazendo ali um VLT?

Esses três minutos de resposta são os que provavelmente melhor resumem o discurso do governador até aqui: um paradoxo sem fim. 


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