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Goiânia, 29/05/24
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Divulgação/Jackson Rodrigues

Além dos problemas financeiros, Iris tinha outro desafio grande: retomar mais de uma centena de obras iniciadas e paralisadas na gestão anterior

Análise: Iris, a dívida, a pandemia e as promessas

27/12/2020, às 18:40 · Por Eduardo Horacio

Mensurar a gestão do prefeito Iris Rezende (MDB) por um livreto de campanha eleitoral é uma forma legítima de analisar sua gestão, mas não a única e nem a mais complexa. Até porque ele entregou dezenas de obras que nem haviam sido prometidas. Ao tomar posse em 2017, o experimente político se viu diante de um enorme desafio: as contas da prefeitura tinham descompasso mensal de R$ 30 milhões e uma divida de curto prazo com fornecedores próxima de R$ 1 bilhão, tudo atestado pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO). 

Em seu quarto mandato de prefeito, Iris, então, fez um mergulho na gestão e se propôs a uma missão maior: salvar os destinos da Capital em vez de focar exclusivamente no cumprimento de compromissos eleitorais. Em diversas entrevistas, o emedebista afirmou que se sentia em dívida com a Capital após ter renunciado ao mandato em 2010 para disputar o governo do Estado.  

Os dois primeiros anos de gestão foram extremamente difíceis. Além dos cortes de despesas e parcos recursos para investimentos, Iris conviveu com uma oposição significativa na Câmara Municipal. Nem assim mudou sua convicção de reorganizar a casa. Se o quadro administrativo-financeiro era complexo, por outro lado Iris tinha enorme experiência no assunto. Como gosta de contar, sempre pegou gestões difíceis, com salários dos servidores atrasados e obras paralisadas. E sempre resolveu.

Além dos problemas financeiros, Iris tinha outro desafio grande: retomar mais de uma centena de obras iniciadas e paralisadas na gestão anterior. Entre elas, o Hospital e Maternidade Célia Câmara, dezenas de Cmeis e o BRT Norte-Sul. Uma a uma, elas foram retomadas. Ao mesmo tempo, outras obras de impacto foram lançadas com o Complexo Viário da Jamel Cecílio e a continuidade da Avenida Leste-Oeste.

Com aprovação de 74% na última pesquisa Ibope – e apenas outros dois prefeitos de capitais no Brasil conseguiram a mesma meta – o prefeito Iris Rezende tinha uma reeleição considerada tranquila por especialistas. No entanto, às vésperas de completar 87 anos, Iris decidiu-se aposentar. Mesmo com a decisão de encerrar sua carreira política, os últimos meses de mandato parecem de um líder em começo de carreira, tamanha é a vontade e o ritmo com que Iris entrega obras e benefícios aos goianienses.

Ainda assim, diante da enorme dificuldade de adquirir material de construção em mais uma consequência da pandemia do novo coronavírus - sem contar a forte queda de arrecadação -, algumas obras não serão finalizadas. Porém, os recursos para a conclusão de todas elas estão em caixa, cabendo ao prefeito eleito Maguito Vilela (MDB) concluí-las.  

Diante do cenário de terra arrasada encontrado na gestão do município, a incompreensão inicial de parte dos vereadores e o enorme impacto da pandemia nas contas da cidade, é fácil constatar que Iris foi muito além das promessas registradas na campanha eleitoral de 2016. 

E, ainda bem, os goianienses reconhecem. As pesquisas comprovam isso. 


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