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Goiânia, 29/05/24
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Ismael, secretário de saúde, acerta transformar os Credeqs construídos em Goianésia e em Quirinópolis em policlínicas

O principal acerto de Caiado em 100 dias: transformar Credeqs em policlínicas

10/04/2019, às 00:09 · Por Eduardo Horacio

A grande notícia positiva desses 100 primeiros dias de governo Caiado vem da saúde: Os Credeqs construídos em Goianésia e em Quirinópolis não terão a destinação original prevista e vão se transformar em policlínicas. O mesmo pode acontecer com as demais unidades. Desde 2010, quando o então candidato a governador Marconi Perillo (PSDB) prometeu a criação de 16 Credeqs em todo o Estado, a ideia foi um equívoco. Além de, na prática, o custo per capita do Credec ser muito alto, para um benefício baixo, a ideia contrariava o protocolo de saúde no Brasil todo e da Organização Mundial de Saúde quanto ao tratamento de dependentes químicos. Em 2011, o Fórum Goiano de Saúde Mental, o Fórum dos Trabalhadores de Saúde Mental, a Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental e o Cineclube Antonio das Mortes já repudiavam o modelo que governo Marconi adotou para o Credeq. Entre outros problemas, as entidades enxergaram no Credeq, com razão, uma proposta "autoritária e reducionista" e com viés de cerceamento, excluindo as pessoas do convívio familiar e comunitário. "O Credeq está sendo feito dentro de visão reducionista e autoritária para a internação de usuários de álcool e outras drogas", afirmou a nota de oito anos atrás. 

 As entidades foram além. Disseram para o governador que estes "hospitais especializados" apresentam características de aprisionamento, criminalização, cerceamento à liberdade e aos direitos civis, excluindo as pessoas do convívio familiar e comunitário. Em suma, além de caro e ineficiente, o Credeq representou em Goiás um retrocesso e retomada do modelo manicomial em Goiás, com um agravante: a entrega de algo tão sério como a saúde pública para uma instituição religiosa (Luz da Vida), que também tem um braço político-eleitoral.

As práticas correntes hoje em quase todo o Brasil e no resto do mundo para tratamento de dependentes químicos são de investimentos orientados pelos princípios do modelo psicossocial conforme diretrizes do Ministério da Saúde, que se tornaram referências para projetos da Organização Mundial de Saúde (OMS). Não é o que aconteceu nos Credeqs. 



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