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Afrêni Gonçalves, ex-presidente do PSDB, e José Taveira, que comandou diversos órgãos: investigados por desvios na Saneago

Os homens de confiança de Marconi Perillo que deixaram o centro do poder

01/04/2019, às 00:01 · Por Diene Batista

A segunda etapa da Operação Decantação, deflagrada na última semana da Polícia Federal (PF) com base em denúncias do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO), trouxe de volta aos holofotes nomes que caíram em desgraça após o envolvimento em escândalos de corrupção nas gestões de Marconi Perillo (PSDB). No caso da investigação deflagrada em agosto de 2016 que revelou o desvio de dinheiro da Saneago para as campanhas do tucanato de Goiás, dois nomes se destacam: o ex-secretário da Fazenda e então presidente da estatal de saneamento, José Taveira Rocha, e o diretor de Expansão da Saneago à época, Afrêni Gonçalves, 

Taveira era conhecido com um “curinga” o nas gestões de Perillo e sempre era alçado ao comando de órgão quando este necessitava de reestruturações ou enfrentava um momento de crise. Foi assim que, além da Sefaz e da Saneago esteve à frente da Agência de Fomento e do Ipasgo. Preso temporariamente na Decantação, foi solto cinco dias depois, perdeu o comando da Saneago e só retornou ao governo no ano seguinte, sem grandes destaques: passou a ocupar a presidência da Fundação de Previdência Complementar do Estado de Goiás (Prevcom), também ligada à Sefaz. 

Funcionário do extinto Banco do Estado de Goiás (BEG), ex-deputado estadual e então presidente do PSDB à época da Decantação, Afrêni Gonçalves também foi preso em 2016. Em denúncia, o MPF cravou que Gonçalves atuava na estatal "para favorecer aliados políticos". Ele também foi descrito como "líder político da organização criminosa”. 

À francesa 
A lista, a partir deste ano, ganhou mais um nome: José Eliton (PSDB), vice de Marconi em duas ocasiões que assumiu o mandato de governador no ano passado numa tentativa inglória de se cacifar à reeleição. Não deu certo. Humilhado nas urnas, ele saiu à francesa da política. Renunciou à disputa de cargos – inclusive de participar da eleição à chefia do partido, que deve ocorrer em maio. Voltou a se dedicar à carreira de advogado eleitoral – que foi, aliás, a responsável por lançá-lo à política partidária por meio do atual governador Ronaldo Caiado (DEM), que anos depois imporia ao seu apadrinhado uma sonora derrota. 

O desejo de sair de cena é tão forte que Eliton bloqueou até a opção de baixar as fotos de seu perfil no Flickr, site em que as fotos de sua agenda como vice-governador e governador estão armazenadas. Nas redes sociais, No Twitter, em 2019, foram apenas cinco postagens, a maioria sem ligação com político. O último, por exemplo, de 11 de fevereiro, lamenta a morte do jornalista Ricardo Boechat em um acidente com um helicóptero. Na descrição de seu perfil, nenhuma referência aos cargos que ocupou nos últimos anos. "Amor, trabalho e dedicação são atitudes que nos guiam", escreveu.

Mas retornar à rotina da advocacia – longe dos imbróglios do poder – não será uma tarefa fácil para Eliton. Na última semana, ele foi obrigado à ir à sede da Polícia Federal em Goiânia prestar depoimento por causa da segunda etapa da Operação Decantação. O ex-governador só não foi preso porque o MPF, por meio do procurador Hélio Telho, alegou falta de atualidade nos fatos imputados a ele. 

O curioso é que, embora os três auxiliares próximos a Marconi tenham caído em desgraça, o tucano segue sem ser interpelado pela Justiça. Na Decantação, como já mostrou o Poder Goiás, ele segue ileso. 



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