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Ex-governador José Eliton era possivelmente membro da quadrilha que desviou milhões da Saneago, de acordo com o MPF

Efeito ‘Michel Temer’ pode ter livrado José Eliton da prisão

30/03/2019, às 00:00 · Por Diene Batista

A Polícia Federal (PF) deflagrou na última quinta-feira, 28, a segunda etapa da Operação Decantação e cumpriu cinco mandados de prisão, além de busca e apreensão em diversos endereços por crimes praticados contra a Saneago. A prisão do ex-governador José Eliton (PSDB), porém, teve manifestação contrária do Ministério Público Federal (MPF), mesmo diante da convicção de que o tucano era membro da quadrilha desviou milhões da empresa de saneamento de Goiás.

De acordo com o procurador da República Hélio Telho, não havia fatos novos que justificassem a prisão de Eliton. Porém, o procurador é enfático ao relacionar o tucano aos crimes cometidos na Saneago. “A medida não se mostra adequada, embora haja fundadas suspeitas de que (o ex-governador José Eliton) integre a organização criminosa”, afirmou em relato publicado pelo jornal O Popular.

A decisão que livrou José Eliton da prisão ocorre uma semana após a Justiça Federal ter sido muito criticada por ação semelhante que levou o ex-presidente Michel Temer (MDB) à prisão. Pela inexistência de fatos atuais, a prisão do ex-presidente foi considerada desmedida e, posteriormente, revogada. Ao opinar contra a prisão de ex-governador, Telho impediu que a ação da Polícia Federal em Goiás tivesse desfecho semelhante.

Desvios
A segunda etapa da Operação Decantação prendeu o ex-chefe de gabinete do governador Marconi Perillo (PSDB), Luiz Alberto Bambu, a filha dele, Gisella Albuquerque e outros três empresários proprietários de empresas envolvidas nos desvios de recursos públicos.

Essas empresas possuíam contratos com a Saneago e devolviam parte dos recursos para abastecer campanhas do PSDB em Goiás. 

Luiz Alberto Bambu, homem de confiança do ex-governador Marconi Perillo, era o principal operador do esquema de corrupção. De acordo com a denúncia do MPF, a suspeita é que a reeleição de Marconi ao governo de Goiás, em 2014, foi abastecida com dinheiro desviado da Saneago. 

Na primeira etapa da Operação Decantação, em agosto de 2016, foram presos o então presidente da Saneago, José Taveira, e o presidente do PSDB, à época, Afrêni Gonçalves. Na ocasião, a Polícia Federal chegou a cumprir 120 mandados judiciais. 


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