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O MDB sempre foi grande na cidade, o PSDB foi erguido pelo ex-governador Marconi Perillo Com quadros do antigo PFL

E se Pedro for eleito, qual partido terá predominância em Goianésia?

08/10/2020, às 13:02 · Por Pedro Lopes

A união dos dois maiores partidos em Goianésia cria um dilema que precisará ser desvendado a partir do dia primeiro de janeiro, caso Pedro Gonçalves (MDB) seja eleito prefeito de Goianésia. Qual partido terá predominância em uma gestão MDB – PSDB?

Um partido é feito de seus quadros e não apenas de tradição. O MDB sempre foi grande na cidade, o PSDB foi erguido pelo ex-governador Marconi Perillo. Até 2000 o então PFL (hoje DEM) era hegemônico, como legítimo herdeiro da Arena, do ex-governador Otávio Lage. 

Foi aí que o então governador convenceu 23 prefeitos a se transferir para seu partido. Esse também foi o motivo do primeiro abalo na relação Marconi/Caiado. Voltaremos aqui depois. 

Em uma vitória de Pedro, o PSDB terá força para dividir protagonismo com o MDB ou os tucanos serão cooptados pela máquina aos poucos, como fez Marconi com o antigo aliado?

Caso Pedro não consiga, com habilidade, equilibrar os quadros nos parcos espaços que uma cidade como Goianésia dispõe, sua gestão poderá mergulhar em uma crise sem precedentes, com autoboicote daqueles que tentam ajudá-lo neste momento.

A jogada dos tucanos é de alto risco. Um vice tem força limitade, basta ver como à míngua foi a vida de Carlos Veículos após o tumultuado início de gestão Renato, e um naufrágio de Pedro não será definitivo, o partido continuará existindo com sua leal base, como sempre o fez, e o DEM será por gravidade ponto de polarização na cidade porque tem o governador.

A governabilidade de Pedro também poderá contar com um ponto de equilíbrio: um presidente da Câmara forte, que consiga articular maioria como fez Múcio Santana nos últimos quatro anos nos maus e bons momentos de Renato. 

Em 2000, as bases do PFL eram marconistas e o então deputado federal Vilmar Rocha era majoritário. Vilmar depois sai e leva seu grupo para o PSD. Caiado fica, engolindo sapos em muitos momentos (quem se lembra de 2010?), até ser eleito senador e governador. Em caso de derrota de Pedro, ele ficará e fará oposição a Leozão com os leais, assim como fez Caiado. 

Leozão fará um governo com o apoio do governador e o renatismo terá um ciclo tão longo dure o caiadismo, que só tá começando. O que restará à família Lage senão ficar cada vez mais restrita às empresas e menos à política? O PSDB fez um jogo arriscado e perder não pode estar no radar.


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