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Iris Rezende decidiu aposentar da vida pública após 60 anos e movimentou sua sucessão eleitoral

Eleição em Goiânia passa por Iris

10/09/2020, às 18:43 · Por Redação

Mesmo que confirme a aposentadoria política, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), será protagonista de sua sucessão em novembro próximo. É consenso que sua popularidade, hoje por volta de 60% de ótimo e bom, será decisiva para Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD).

O próximo prefeito receberá de Iris uma gestão com R$ 1 bilhão de investimentos na capital, volume de recursos que supera tudo o que foi aplicado em Goiânia nos últimos dez anos. Dezenas de obras inauguradas ou prontas para serem entregues e tantas outras em processo de conclusão, como o BRT Norte/Sul, que tem recursos em caixa.

O resultado é mais um marco do prefeito em seis décadas de carreira, já que o País mergulhou recentemente em mais uma crise econômica, devido aos efeitos da pandemia da covid-19, antes mesmo de sair de outra recessão que perdurou por cinco anos. Em quatro anos, Iris venceu uma dívida de R$ 1 bilhão, organizou as finanças, retomou obras, lançou outras, valorizou os servidores públicos e, como sempre, definiu como prioridades a Saúde e Educação.

Caberá ao ex-governador Maguito Vilela construir a unidade do partido. Suas chances passam em defender e demonstrar ao eleitorado capacidade de assumir um importante e valioso legado a partir de 2021. Pesa a favor de Maguito ser associado a Iris desde os anos 90, quando foi vice e depois sucedeu Iris no Palácio das Esmeraldas.

Se Vanderlan declinar de sua decisão de apoiar Francisco Júnior e voltar ao páreo, herda  por gravidade boa parte dos votos de Iris, mas a fuga desse capital dependerá mais do racha de iristas e maguitistas que propriamente do próprio pessedista. Um apoio do governador Ronaldo Caiado (DEM) ao senador, hoje em aberto, é fundamental para mudança na legenda do ex-deputado federal Vilmar Rocha.

Por tudo que representa a notícia do encerramento político do atual prefeito, sua ausência também significa a derrocada de nomes que viam em sua reeleição qualquer chance de união. Se por um lado Maguito, Vanderlan e um provável nome governista, seja Wilder Moraes (PSC) ou o deputado Zacharias Calil (DEM), são favoritos, os opositores do prefeito devem começar e iniciar a campanha na zona de rebaixamento.

Como explicar ao eleitor, que ficará nos próximos meses o sentimento de gratidão e saudosismo com o maior líder político do Estado, que o discurso que criaram sobre as “obras eleitoreiras” era oportunismo político barato? Se já conviviam com um vazio de propostas sem tamanho, eles perdem o último e único discurso que foram capazes de criar enquanto patinam em lives que patinam quase sempre em míseros 20, 30 gatos pingados assistindo.

É engano achar que o homem que conduziu os destinos de Goiás nos últimos 60 anos, até no simbolismo de suas derrotas eleitorais, não comandará agora sua mais difícil decisão. Encerrar no auge é para poucos. Se as palavras de Iris serão decisivas, o seu silêncio também deverá ser interpretado.

O irismo estará presente nas marcas dos quatro mandatos na capital, dois de governador, um como senador, duas vezes ministro (Agricultura e Justiça), além de uma vida em defesa da democracia, Mas é no simbólico que os grandes mitos se consolidam na história.



Texto originalmente publicado por Helton Lenine no jornal Diário da Manhã desta quinta-feira, 10, 


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