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Goiânia, 29/05/24
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Prefeito precisa liderar urgente rompimento com a atual estrutura falida do transporte coletivo na Região Metropolitana

Iris precisa liderar rompimento com empresas do transporte coletivo

20/03/2019, às 00:00 · Por Diene Batista

Em entrevista a Rádio CBN Goiânia, o prefeito de Goiânia Iris Rezende (MDB) reforçou que sua volta ao comando da Capital tinha como motivação “consertar” a administração municipal após ter deixado o mandato pela metade em 2010 para disputar o governo do Estado – decisão que hoje ele considera equivocada. Se Iris se impôs a missão de organizar a administração na Capital, e não há motivos para se duvidar de suas intenções, o prefeito precisa liderar urgente rompimento com a atual estrutura falida do transporte coletivo na Região Metropolitana.

Quando foi eleito prefeito de Goiânia pela segunda vez, em 2004, Iris tomou posse no ano seguinte em meio a um completo caos no transporte coletivo. Com muitos outros desafios pela frente, ele priorizou e teve energia para reorganizar o transporte coletivo urbano à época. Retirou das ruas o transporte alternativo, executado por vans e microônibus em péssimas condições, e obrigou empresas a investirem em uma frota de ônibus totalmente nova e adequada às necessidades de Goiânia e das cidades vizinhas.

Os empresários que exploram o transporte coletivo na Capital tinham pleitos e sabiamente Iris usou os trunfos para negociar as melhorias que se faziam urgentes naquele período. As empresas queriam livrar-se do transporte alternativo e renovar a concessão para exploração do transporte – à época, os ônibus rodavam sem licitação das linhas, vencidas há décadas. A prefeitura, na outra ponta, precisava entregar ao usuário transporte coletivo de melhor qualidade, que atendesse às necessidades da população.

A licitação privilegiou de forma velada as empresas que já exploravam o serviço na Região Metropolitana e, com isso, elas permaneceram à frente do serviço. Assim, os investimentos e as melhorias ocorreram. Com carros novos, alguns terminais reformados e um sistema razoável de integração, houve um salto na qualidade do serviço prestado.

As distorções da licitação aparecem mais adiante. Havia um cronograma de investimentos que deveriam continuar sendo executados pelas empresas sob a supervisão da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC) – entre eles, renovação constante da frota, reforma de todos os terminais e implantação de novos, pesquisas e criação de novas linhas de acordo com demanda dos usuários. Como contrapartida, todos os anos a tarifa do transporte coletivo seria reajustada de acordo com o acumulado da inflação no período de 12 meses.

Com o passar do tempo, os investimentos inseridos na licitação foram deixados de lado. A Prefeitura de Goiânia não fez as devidas cobranças, nem mesmo aplicou as multas previstas por descumprimento da licitação vigente. Entretanto, os reajustes continuaram ano após ano. Somente em 2013, diante das manifestações que tomaram conta do País, é que os aumentos foram suspensos. Ainda serviu como desculpa para os empresários precarizarem ainda mais um serviço que já era muito ruim.  

Novo aumento
Não foram poucas as vezes em que Iris reclamou da qualidade do transporte coletivo desde que retornou à Prefeitura de Goiânia, em 2017. De lá para cá a única maquiagem apresentada pelas empresas foi a criação de novas linhas – o que até seria positivo se o ‘combo’ não contemplasse imediatamente o cancelamento de outras. Ainda assim, a CDTC está às voltas de aprovar um novo aumento de tarifa.

Pela experiência acumulada, enfrentamento realizado em outro momento complexo e, sobretudo, pela impaciência que demonstra com a situação atual, o prefeito Iris Rezende é o único gestor a reunir condições de romper com esse ciclo vicioso que arruinou completamente a qualidade do serviço prestado na Capital. Iris precisa liderar essa mudança e romper com essa lógica falida. Empresários querem sempre o menor custo e o maior lucro. Por isso, jamais podem ter o poder de ingerência que desfrutam hoje nos órgãos de controle e fiscalização. 


Iris Rezende CDTC Transporte Coletivo
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