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Goiânia, 29/03/24
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Pior cenário para o Estado, entretanto, chamado de vermelho, aponta necessidade de até 5144 leitos clínicos/dia e até 1257 de UTI

Goiânia concentra maior parte de leitos enquanto 117 municípios goianos não possuem UTI's

02/06/2020, às 10:01 · Por Pedro Lopes

Dos 246 municípios de Goiás, 117 (47,5%) não possuem cobertura regional de leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) específicos para pacientes suspeitos ou confirmados com o novo coronavírus (Sars-CoV-2). A Regional Central, onde está Goiânia, tem 55,24% das UTIs do SUS específicas para o enfrentamento da Covid-19, mas tem apenas cerca de 25% da população do Estado. Em Goiânia, a maior parte das vagas está no Hospital de Campanha para o Enfrentamento ao Coronavírus em Goiás (HCamp).

O local abriu as portas no dia 26 de março e possui 50 leitos de UTIs e 72 de enfermarias ativas. Até a última sexta-feira (29), 1.798 pacientes foram atendidos. A capacidade deve ser ampliada, conforme demanda, para um total de 210 leitos, sendo 70 de UTIs e 140 de unidades semicríticas e de emergência.

As UTIs estão distribuídas em 7 das 18 regionais de saúde do Estado. No interior existem 181 em 13 hospitais e se concentram em 9 cidades, de acordo com levantamento do jornal O POPULAR com dados obtidos junto ao Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado (Cosems-GO), Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) e municípios.

A maior parcela das unidades de saúde (5) está localizada em Goiânia, que compõe a Regional Central do Estado. Nela também está Trindade, o hospital de urgências recebeu, nesta semana, as primeiras UTIs do município. Inicialmente os seis leitos vão atender casos de Covid. Na sequência, aparecem dois hospitais em Aparecida de Goiânia, da Regional Centro Sul.

Os demais estão nas regionais: Pirineus, Entorno Sul, Estrada de Ferro, Norte e Sudoeste I. Segundo dados do Cosems, há estimativa de aumento de pelo menos 434 leitos nas redes pública e privada incluindo enfermaria e UTIs em caso de necessidade nos próximos meses.

O secretário de Estado de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino acredita que terá um maior e prevê que o acréscimo possa chegar a mil leito, em que 15% seriam de UTIs.

“Esse seria nosso limite de ampliação, com todas as dificuldades, isto porque não há, no mundo, ventiladores mecânicos disponíveis. Além disso, a compra de equipamentos, que inclui não só os ventiladores, mas também monitores, bombas de infusão, por exemplo, está complicadíssima. Existem casos também de compras feitas e materiais não recebidos. Estamos tentando compras por meio da Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira”, comenta.

No melhor cenário, caso fosse estabelecido o nível de isolamento observado nos municípios entre 23 e 29 de março (acima de 50%), seriam necessários até 288 leitos clínicos por dia e até 75 de UTI. O pior cenário para o Estado, entretanto, chamado de vermelho, aponta necessidade de até 5.144 leitos clínicos/dia e até 1.257 de UTI. Isso, caso seja mantida a tendência de variação do isolamento social dos municípios observada entre 9 e 22 de maio. Na última terça-feira (26), Goiás atingiu 104 mortes por Covid-19 e confirmou a projeção feita em abril dentro do chamado “cenário vermelho”, que era de 106 mortes.




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