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Goiás precisa urgente de aumentar seus leitos de UTI e adquirir insumos para testar a população no combate à doença

O líder que Vanderlan Cardoso perde oportunidade de ser

18/04/2020, às 13:11 · Por Eduardo Horácio

Empresário de sucesso e senador da República com mandato recém conquistado, Vanderlan Cardoso (PSD) reúne as condições ideais para destacar-se na crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, provavelmente o maior desafio dessa geração. O senador goiano, até aqui, as desperdiça solenemente.

A crise desafia igualmente potências econômicas e países em desenvolvimento, enclausura milhões de pessoas, leva outras milhares a perder a vida, e paralisa as economias mundo afora. Os desafios, portanto, são imensos. Tanto nos cuidados com a saúde da população infectada pelo vírus quanto com as consequências provocadas pelas paralisação das atividades econômica.

É justamente na questão socioeconômica que Vanderlan Cardoso poderia (e deveria) fazer diferença. Nessa altura teria amplas condições de liderar empresários locais a ajudar o Estado e os municípios no combate à pandemia. Colaborar diretamente a população mais vulnerável. Conhecedor da cadeia produtiva em Goiás, o parlamentar sabe exatamente quem pode contribuir, quanto pode e com o que.

Goiás precisa urgente de aumentar seus leitos de UTI e adquirir insumos para testar a população no combate à doença, além de equipamentos para proteger os profissionais de Saúde. O Estado possui uma das maiores industrias farmoquímicas do País, mas pouco ou nada se enxerga de mobilização nesse setor. Até aqui, o quantitativo de testes realizados em Goiás é ínfimo.  

Em outra frente, também amplamente dominada por Vanderlan, o ramo de alimentos poderia contribuir decisivamente para garantir a segurança alimentar dos goianos, sobretudo os mais vulneráveis. Até existem doações aqui e ali e boa vontade de alguns setores, mas o trabalho e liderança do senador poderiam levar essas contribuições a um outro patamar.

Vanderlan Cardoso não esconde o orgulho que tem de ser um empresário bem sucedido. E não há problema nisso. Porém, no momento em que o País se mobiliza para enfrentar a doença, há bons exemplos nos mais diversos ramos da atividade econômica. Goiás parece em descompasso, apegado a rixas políticas menores e a um dilema menor sobre abrir ou fechar...  

O que existe hoje é uma grande oportunidade. Os lucros e dividendos no pós-pandemia não serão contabilizados nos balanços das empresas em dólares ou euros. A população já tem notado, e colocado em prateleiras diferentes, o empresário interessado apenas em salvar seus negócios e os que preocupam-se em ajudar a população a atravessar esse calvário. O lucro será de mensurado em valores humanos, em prestigio.

Até aqui, Vanderlan deixa passar a oportunidade de liderar o empresariado local e aumentar substancialmente a ajuda à população goiana. Trabalhar naquilo que ele de fato tem um bom domínio. Prefere pautar-se apenas por um alinhamento automático (e errático) ao presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) e fazer oposição ao governador Ronaldo Caiado (DEM).

Já observado por setores da política e, sobretudo, da sociedade, Vanderlan Cardoso parece mais atento aos movimentos da distante sucessão estadual de 2022 do que com a crise que atinge a todos. Parece preocupado com uma hipotética reeleição de Caiado. Desgastar seu adversário significa, por consequência, prejudicar ainda mais uma população já bastante fragilizada.

Vanderlan deveria saber que o preço de uma jogada política arriscada pode ser muito mais elevado quando tivermos de contabilizarmos as vidas perdidas pela doença ou em razão dela. E todos serão julgados pelo que fizeram e também pelo que deixaram de fazer. O momento pede, cobra, grita por estadistas, mesmo os empresários.


Vanderlan Cardoso Senado Coronavírus
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