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Pagamento por Serviços Ambientais alcança 427 propriedades no Nordeste do Estado e mantém área preservada equivalente a mais de sete vezes o Parque Altamiro de Moura Pacheco
Programa Cerrado em Pé paga R$ 8,2 milhões a produtores que preservaram mata nativa em Goiás
13/12/2025, às 10:22 · Por Redação
O programa Cerrado em Pé, de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) do governo de Goiás, destinou R$ 8,29 milhões a 427 proprietários rurais que mantiveram áreas de vegetação nativa preservadas sem obrigação legal. Em um ano de execução, a iniciativa garantiu a conservação de 15.917,57 hectares, área 7,5 vezes maior que a do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco, em Goiânia.
Os recursos foram repassados pelo Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema) e contemplaram propriedades localizadas em dez municípios do Nordeste goiano. Cavalcante concentrou a maior área preservada dentro do programa, com 4.274,67 hectares aprovados para pagamento.
O Cerrado em Pé remunera produtores que mantêm vegetação nativa fora das áreas de proteção permanente e de reserva legal, que já são exigidas por lei. O valor pago varia entre R$ 498 e R$ 664 por hectare ao ano, conforme a modalidade. A faixa maior contempla áreas com nascentes degradadas, desde que o proprietário assuma a recuperação ambiental. Cada inscrição pode abranger de 2 a 100 hectares.
Sete produtores receberam os maiores valores individuais, entre R$ 64,3 mil e R$ 66,4 mil. A maioria dos beneficiados teve áreas menores aprovadas: 161 proprietários receberam entre R$ 1 mil e R$ 9,9 mil, enquanto 108 ficaram na faixa de R$ 10 mil a R$ 19,7 mil por ano.
A engenheira ambiental Zildete de Lima Dias, moradora de Minaçu, cadastrou cerca de 4 hectares de sua propriedade no programa. “Nossa terra é pequena, mais para agricultura familiar, tenho praticamente uma farmácia natural e temos a intenção de manter essa área preservada”, afirmou ao jornal O Popular. Segundo ela, o início do programa enfrentou resistência por desinformação. “Em um primeiro momento acharam que o governo ia tomar as terras, houve muita desinformação.”
Zildete também auxiliou outros produtores no processo de cadastro. “É uma parte técnica, muitos produtores não possuem formação ou informação sobre como fazer isso, então eu ajudei muitos aqui na região”, relatou. Um deles foi o pecuarista Valquir de Assis Junqueira, que pretendia inscrever 100 hectares, mas teve 58 hectares aprovados por parte da área estar dentro de uma Área de Proteção Ambiental municipal. “A gente nem sabia que tinha essa APA aqui. Só descobrimos quando fomos fazer o processo”, disse.
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o programa, criado em setembro de 2024, não contempla APPs nem reservas legais. “O objetivo é remunerar proprietários rurais pela conservação da vegetação nativa em áreas que, do ponto de vista legal, poderiam ser usadas para plantio ou criação de gado”, informou a pasta.
Cerrado de Pé Semad Governo de Goiás,



