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Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na residência de suspeitos e na Câmara

Presidente da Câmara de Cristalina é preso por ‘Rachadinha’

11/03/2020, às 16:27 · Por Pedro Lopes

Três vereadores de Cristalina, incluindo o presidente da Câmara, foram presos nesta terça-feira, 11, suspeitos de integrar esquema conhecido como “rachadinha”, em que servidores comissionados da Câmara Municipal repassavam parte de seus salários aos parlamentares. A investigação aponta que em um dos casos o servidor recebia R$ 8 mil, mas repassava até R$ 7 mil para um dos vereadores, cerca de 87% de seu salário.

A operação, deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), recebeu o nome de Toma Lá, Dá Cá. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão na residência de suspeitos e na Câmara. Como os autos judiciais estão sob sigilo, os nomes dos suspeitos não foram divulgados pelo Ministério Público. A reportagem apurou que foram presos o presidente da Câmara, Pablo Margela (MDB), e os vereadores Silvano da Silva Leite, conhecido como Silvano da Rádio (PSDB), e Marco Aurélio Ribeiro, chamado por colegas de Marquinho Abrão (PRP).

De acordo com o promotor e coordenador da operação Ramiro Carpenedo Martins Netto, o MP também apura casos em que servidores agraciados com gratificações dividiam parte do valor com vereadores. Em outra dinâmica, na qual o Ministério Público já tem provas, um vereador que era proprietário de um carro popular adquiriu um veículo importado por meio de financiamento. Existe a suspeita de que um assessor era responsável por pagar as parcelas do carro em troca do emprego na Câmara. “Há casos em que o esquema começou a dar problema no Imposto de Renda de servidores. Vamos ouvir 36 funcionários da Casa amanhã (hoje). Os vereadores presos serão ouvidos em seguida”, afirma Ramiro.

O promotor afirmou ao Jornal o Popular que, além dos três vereadores presos, outros dois estão sendo investigados. Os nomes deles também não foram divulgados. Ramiro afirma que a investigação do MP começou no fim de 2019, após denúncias de diferentes fontes. “Ainda não é possível estimar qual o prejuízo financeiro. Teremos este levantamento só depois de ouvir as testemunhas e analisar documentos apreendidos na operação.” Extratos Entre o material levado no cumprimento dos mandados de busca e apreensão estão extratos bancários, contratos suspeitos, agendas, cópias de cheques, cartões bancários, aparelhos celulares, computadores e pendrives. O promotor Fernando Martins Cesconetto também coordena a operação. Participaram da Toma Lá Dá Cá 12 promotores, sete oficiais e mais de 50 policiais militares.


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