Coluna do Pablo Kossa: As terríveis confraternizações de trabalho estão chegando

Junto da decoração de Natal do Centro Cultural Oscar Niemeyer e do túnel de luz da Praça da Tamandaré, dezembro também traz consigo as famigeradas confraternizações de final de ano do trabalho. No grupo de Whatsapp da firma ou no e-mail institucional chega aquele card informando data, horário e local. Ao ler, você quase afunda na cadeira de tanta vergonha só de se lembrar de tudo que já aprontou nos dezembros passados.

 

Embora divida mais horas por dia com aquelas pessoas do escritório do que com a “conja”, não se trata de uma escolha. É uma coincidência. O acaso as colocou brigando pelo pão de cada dia no mesmo local que você. Mas durante a confraternização você tem que fingir que todos ali são mais íntimos que amigos de infância. É do jogo.

 

Os vacilos que podem ocorrer são vários. Começa pela escolha do look. A confraternização é informal, dizem. Eu já meteria uma camisa do Goiás e chinelo, é claro. Só que o chefe pinta por lá com terno completo e a chefe de vestido longo digno de formatura. Você quase que sai correndo para o shopping mais próximo pra comprar algo mais apropriado.

 

Tudo pode piorar muito se alguém tiver a estúpida ideia de botar um karaokê no rolê. Sério, karaokê corporativo deveria ser proibido na Constituição. Como cláusula pétrea. Vai rolar Legião, vai rolar Queen e, o terror maior, vai rolar Evidências.

 

O constrangimento inexplicável se materializa caso pinte uma pista de dança. Aí, meu amigo... Dá-lhe boquinha da garrafa, popuzudas descendo até o chão e vergonha alheia de sobra transbordando do ambiente.

 

A lista de atitudes condenáveis é mais extensa que os impropérios ditos por Ciro Gomes contra Bolsonaro. Mas nada pode ser pior do que xavecos inapropriados que invariavelmente correrão à boca miúda pela copa da empresa no dia seguinte.

 

Confraternização é um teste para os fortes. Sobrevive quem vacila menos e não vira meme na empresa, pois todo mundo sabendo que fotos e vídeos das gafes estarão no grupo do WhatsApp às 7h da manhã seguinte. Mas há um alento: em janeiro, ninguém toca mais no assunto e finge que nada aconteceu. Só não seja ingênuo de achar que se esqueceram. Não mesmo. Todo mundo se lembra do que você fez na confraternização passada. Saiba disso e tente se controlar este ano. Sei que você dará conta, sei...

 

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