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Goiânia, 03/12/25
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Após duas derrotas consecutivas nas eleições para o Senado, em 2018 e 2022, o ex-governador tenta reorganizar sua base

Marconi busca reconstrução, mas ‘apoios’ revelam fragilidade de seu projeto para 2026

03/12/2025, às 11:59 · Por Redação

A dez meses da eleição para o governo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) segue articulando sua pré-candidatura, mas os apoios obtidos até agora não lhe conferem a musculatura necessária para disputar 2026 em condições reais de competitividade. Após duas derrotas consecutivas nas eleições para o Senado, em 2018 e 2022, o ex-governador tenta reorganizar sua base, que por enquanto não reúne nomes de peso nem lideranças com densidade eleitoral capaz de impulsionar seu projeto.

Os apoios anunciados recentemente pelo marconismo incluem o ex-deputado estadual Henrique Arantes, de saída do MDB, e o deputado federal Jeferson Rodrigues (Republicanos). Ambos chegam ao projeto em meio a trajetórias políticas marcadas por fragilidades. Henrique Arantes, por exemplo, teve 0,75% dos votos válidos na eleição de 2022. Sua saída do MDB representa muito mais um realinhamento pessoal do que algum ganho efetivo para Marconi.

Jeferson Rodrigues também se soma ao grupo após perder espaço no Republicanos e na Igreja Universal, até então, sua principal base eleitoral. Rodrigues foi informado pelo partido/igreja de que não será candidato à reeleição e busca agora um novo abrigo político. Sua adesão ao projeto de Marconi ocorre em um momento de fragilidade e não altera o quadro eleitoral do ex-governador, que ainda não conseguiu atrair lideranças com densidade suficiente para ampliar sua competitividade.

Além deles, Marconi já havia recebido o apoio do ex-vereador de Rialma Paulinelly Carneiro, que obteve 4.128 votos para deputado federal em 2022, e do suplente Felipe Cecílio, que angariou pouco mais de 14 mil votos na mesma disputa. Neto do ex-senador Mauro Miranda, Felipe é mais conhecido por vídeos caricatos em redes sociais onde se apresenta como liderança nacional, cobrando autoridades, aconselhando presidentes e organizando manifestações fantasmas. 

Marconi tenta reorganizar seu exército político, mas os apoios obtidos até o momento não indicam avanço na construção de uma candidatura consistente. A dependência de quadros com baixo desempenho eleitoral e histórico recente de derrotas mostra que o ex-governador ainda não conseguiu recuperar o espaço que já ocupou na política goiana. A continuidade desse movimento tende a reforçar sua dificuldade em se firmar como nome competitivo na disputa pelo governo em 2026.

Contraponto

O contraste com outras pré-candidaturas é nítido. A base de Daniel Vilela (MDB) conta com a adesão de grande parte dos prefeitos do Estado, mais de 200 no total, reúne nomes competitivos para o Senado e tem o apoio governador Ronaldo Caiado (União Brasil), elemento decisivo nas articulações regionais. 

O senador Wilder Morais, por sua vez, enfrenta resistências dentro do próprio partido e corre o risco de ficar fora da disputa ao governo caso o bolsonarismo opte por priorizar a eleição ao Senado em Goiás, buscando composição com a base governista para esse fim.


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