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Goiânia, 03/12/25
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Câmeras registraram ação de suspeito que espalhou líquido inflamável e ateou fogo; líderes religiosos apontam intolerância ou vingança como possíveis causas

Terreiro de Candomblé é alvo de ataque incendiário em Goianira

03/12/2025, às 09:40 · Por Redação

Um terreiro de Candomblé foi incendiado na madrugada de terça-feira (2/12) no Setor Triunfo 1, em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia. O fogo atingiu parte da Casa de Axé Ilé Obá Òfuurufú Àṣẹ Afééfé Ayò, destruindo paredes, teto e o portão do espaço religioso. Ninguém se feriu. A Polícia Civil investiga o caso.

Imagens de câmera de segurança flagraram o momento em que uma pessoa, com blusa escura de capuz, calça clara e chinelos, despeja um líquido em diferentes pontos do terreiro e inicia o incêndio. O suspeito, que aparenta ser um homem de cavanhaque, foge logo após o surgimento das chamas. O vídeo foi divulgado pelo portal g1.

O babalorixá responsável pela casa, Max Muller Santos Rodrigues, relatou que sete pessoas dormiam no local no momento do ataque. Segundo ele, todos haviam se recolhido mais cedo, em razão de obrigações religiosas e dos preparativos para a Festa das Iabás, prevista para sábado (6/12). “Acordei com o fogo. Meu filho de santo gritando: ‘Pai, tá pegando fogo!’. E tava tudo queimando. Tudo em chamas”, disse o líder religioso ao portal.

O babalorixá aponta duas possíveis linhas de motivação: intolerância religiosa ou retaliação de um homem que teria sido expulso da casa em julho, por má conduta. Após a expulsão, segundo Rodrigues, o ex-integrante passou a “rebater” publicamente o terreiro. Ao fugir, o autor do incêndio deixou no local o frasco de álcool utilizado no ataque.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram moradores e integrantes da casa tentando controlar o fogo com baldes d'água. As imagens também exibem objetos sagrados, móveis e estruturas queimadas. Uma segunda gravação, publicada pelo jornalista Oloares Ferreira, mostra um veículo chegando à rua e uma pessoa descendo dele, mas a qualidade das imagens não permite identificar se trata-se do autor da ação, ainda que as roupas sejam semelhantes às vistas na câmera interna. A Polícia Civil apura as circunstâncias e tenta identificar o responsável pelo incêndio.