Poder Goiás

Goiânia, 01/12/25
Matérias
Divulgação

Caso é investigado como feminicídio seguido de suicídio; câmera de distribuidora registrou a execução e expôs histórico de 15 anos de violência

Técnica de enfermagem é morta a tiros pelo ex-marido que depois se suicidou em Rio Verde

01/12/2025, às 15:52 · Por Redação

A técnica de enfermagem Rosilene Barbosa do Espírito Santo, de 38 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido Edis Ramos Mandacari, de 36, na tarde deste sábado (29), em Rio Verde, no sudoeste goiano. O crime aconteceu em frente a uma distribuidora de bebidas e foi registrado pelas câmeras de monitoramento do estabelecimento. Poucos minutos depois, o autor tirou a própria vida.

De acordo com o delegado titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), Adelson Candeo, Rosilene havia solicitado medida protetiva na terça-feira (25), após relatar uma sequência de ameaças feitas pelo ex-companheiro. De acordo com registros da Polícia Civil de Goiás, o casal manteve um relacionamento por cerca de 15 anos, marcado por violência psicológica, agressões verbais e episódios de violência física.

Dinâmica do crime


As imagens mostram quando Edis chega ao local em um carro branco, estaciona a alguns metros da loja e aparenta tentar se disfarçar próximo ao veículo. Em seguida, ele caminha rapidamente em direção à vítima, que só percebe sua presença quando os disparos já são efetuados. A polícia apura que ao menos quatro tiros atingiram Rosilene.


Após o crime, o suspeito deixou o local e seguiu para outro ponto da cidade. Minutos depois, foi encontrado sem vida pela Polícia Civil, com marca de tiro na cabeça, indício que, segundo o delegado, aponta para suicídio consumado após o feminicídio.


Filho está sob cuidados de amiga da família


O filho do casal, de 11 anos, estava na casa de uma amiga que acolheu Rosilene durante o período de ameaças. A vítima havia deixado sua própria residência, em Rio Verde, por medo do autor e se mantinha no abrigo informal com a criança. Após o crime, o menino permaneceu aos cuidados da amiga até que familiares sejam localizados. Segundo a investigação, nenhum dos dois possuía parentes vivendo na cidade.


Histórico de violência relatado à polícia


Conforme boletins e depoimentos colhidos, em outubro, durante uma das brigas mais graves, Edis quebrou objetos da casa e destruiu os celulares da vítima e do filho. Em outro episódio registrado, o autor a teria enforcado dentro da residência e tentado impedir que ela saísse do imóvel.


Entre as ofensas relatadas à polícia estavam frases como “eu te peguei na sarjeta”, “burra” e “idiota”, além de ameaças diretas feitas em novembro, após a vítima comunicar o desejo de separação e iniciar conversas sobre divisão de bens. No dia seguinte a essa conversa, ele teria afirmado que “preferia morrer a sofrer” e que mataria Rosilene antes de tirar a própria vida.


De acordo com Candeo, horas antes do crime, o autor ligou para o filho, se despedindo e mencionando que se mataria.


 Investigação


O caso segue investigado como feminicídio seguido de suicídio pela Polícia Civil de Goiás (PCGO). As autoridades também devem apurar eventuais falhas na rede de proteção e monitoramento da medida protetiva, concedida dias antes do crime.




Técnica de Enfermagem Rio Verde Morte Suicídio