Policarpo veta eleição antecipada na Câmara de Goiânia e sucessão esquenta nos bastidores

O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), anunciou à Mesa Diretora que é contra a realização da eleição antecipada para o comando do Legislativo no biênio 2027–2028. Policarpo tem comunicado parlamentares de diferentes bancadas que o pleito não poderá ocorrer antes de 1º de outubro de 2026, data que marca o início do período autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2024 para eleições internas antecipadas das Casas Legislativas em todo o país.

A sinalização ocorre em um momento de intensa movimentação nos bastidores pela sucessão da presidência, tema que ganhou força nas últimas semanas. Um dos pré-candidatos declarados ao cargo, o vereador Ronilson Reis (Solidariedade), tem articulado apoio entre pares para uma eleição ainda no primeiro semestre de 2025, mesmo ciente da hipótese de que o processo legislativo possa ser questionado e eventualmente anulado pela Justiça caso seja realizado fora do intervalo definido pela Corte.

Fontes ouvidas reservadamente pela reportagem afirmam que o presidente do Legislativo chegou a demonstrar, anteriormente, disposição momentânea em admitir a antecipação, mas recuou após alertas de aliados sobre os riscos políticos e institucionais da medida. Entre as ponderações estariam a possibilidade de perda de influência política durante o fim do mandato atual e o perigo de um enfraquecimento do presidente em exercício caso um sucessor fosse eleito fora do tempo legal e antes do encerramento do biênio vigente.

Além da discussão jurídica, o recuo de Policarpo também teria sido motivado pelo temor de fragilização em negociações com o Executivo municipal e com fornecedores, já que a presença de um novo presidente — eleito fora do interregno definido pelo STF — poderia reconfigurar o equilíbrio de forças dentro da Casa, antes do fim natural de sua gestão.

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