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Três a cada dez pacientes que agendam consultas na atenção primária da rede municipal de Saúde de Goiânia não comparecem
30% dos pacientes faltam às consultas na atenção primária de Goiânia
25/11/2025, às 10:33 · Por Redação
Três em cada dez pacientes que agendam consultas na atenção primária da rede municipal de Saúde de Goiânia não comparecem ao atendimento. O índice, informado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), refere-se às consultas realizadas por médicos de saúde da família e comunidade, clínicos, ginecologistas e pediatras. Apesar do impacto do problema sobre a fila de espera, a pasta não divulgou o total de faltas acumuladas em 2025. No primeiro semestre deste ano, 43,8 mil pessoas deixaram de comparecer às unidades, segundo a SMS, que registrou 871 mil consultas na atenção primária no período. Mantida a proporção de 30%, o número de ausências ultrapassaria 370 mil no ano.
As divergências entre números oficiais e declarações públicas também geraram dúvidas. Em entrevista ao jornal O Popular no domingo (23), o prefeito Sandro Mabel (UB) citou absenteísmo de “mais de 60%”. Já ao Jornal Anhanguera, nesta segunda-feira (24), ele afirmou que a proporção chegava a 66%. “O problema que tem hoje, das 30 mil consultas, é que nós temos quase 20 mil que a pessoa marca, mas não aparece”, disse.
Ferramenta
Para enfrentar o cenário, a Prefeitura lançou nesta segunda-feira (24) uma funcionalidade no aplicativo Prefeitura 24 Horas: o Mais Saúde Goiânia. O serviço, voltado ao agendamento de consultas, agora permite cancelamento pelo próprio usuário, o que libera a vaga para outro paciente. A plataforma inicia com mais de 10 mil vagas disponíveis. A rede básica oferta cerca de 28 mil consultas mensais e é a porta de entrada para o atendimento do SUS. No aplicativo, é possível marcar consultas com médicos de saúde da família, clínico geral, pediatra, ginecologista e cirurgião-dentista. O sistema também usa georreferenciamento para indicar unidades mais próximas.
Segundo o assessor técnico da SMS, Frank Cardoso, os motivos para faltas variam: urgências do dia, problemas de transporte, imprevistos e esquecimento. “Cada pessoa tem seu motivo”, afirma. Para ele, a ferramenta facilita o acesso às agendas, reduz ociosidade e favorece a remarcação. Quem não tem acesso ao aplicativo pode seguir agendando de forma presencial ou pelos telefones 0800-646-1560 e (62) 3209-9727.
Punições
Não há, segundo Cardoso, previsão de sanções a quem faltar sem cancelar. “Consulta médica não é algo simples e sempre tem algum nível de fila de espera. Quem não comparece prejudica a população de Goiânia”, afirma. No fim de semana, porém, o prefeito Mabel disse que pacientes poderiam entrar em uma “lista de alerta”. Segundo ele, caso haja reincidência, a pessoa seria alertada de que novas faltas poderiam resultar em espera de 60 a 90 dias para nova marcação.
A presidente da Comissão de Direito da Saúde da OAB-GO, Caroline Santos, afirma que qualquer medida punitiva seria inconstitucional. “Teria de ter lei federal. Atrapalhar acesso à saúde fere o artigo 6º da Constituição”, explica.
De acordo com a SMS, 63% das consultas da atenção primária são realizadas por clínicos gerais e médicos da família; 20,7% por ginecologistas; e 16,3% por pediatras. O tempo de espera informado para consulta é de até uma semana. As demais especialidades seguem agendadas pela regulação municipal, conforme prioridade clínica.
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