Motocicletas batem recorde de vendas e devem superar carros novos em 2025

As motocicletas seguem ganhando espaço na garagem dos brasileiros. Em outubro, o setor registrou recorde histórico de emplacamentos e ampliou a vantagem sobre os carros novos. Em Goiás, foram 1.891 motos emplacadas, alta de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Fenabrave. No país, os emplacamentos chegaram a 209.768 unidades, avanço de 25,82% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, o Brasil superou 1,8 milhão de motos vendidas, crescimento de 15,64%. Com esse ritmo, o setor projeta encerrar 2025 com 2,1 milhões de unidades comercializadas, o melhor patamar da série histórica.

Produção em alta

O bom desempenho nas vendas refletiu nas fábricas. Dados da Abraciclo mostram que 188.820 motocicletas foram produzidas em outubro no Polo Industrial de Manaus, um aumento de 21,8% sobre 2024 e o melhor resultado mensal de 2025. No ano, a produção já soma 1,68 milhão de unidades, a maior em 14 anos.

A Honda CG 160 liderou as vendas nacionais, seguida pela Biz e pela Pop 110i. Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, a indústria mantém ritmo acelerado para atender à demanda crescente. “A motocicleta está cada vez mais presente em todas as regiões do País, consolidando-se como um meio essencial para a mobilidade urbana e um importante vetor econômico”, afirma.

A Honda anunciou ainda R$ 1,6 bilhão em investimentos para ampliar a capacidade produtiva em Manaus, de onde saem sete em cada dez motos vendidas no Brasil.

Por que as motos dispararam

Entre os fatores que impulsionam o mercado estão:

Busca por economia, diante do alto preço dos combustíveis;

Aumento da demanda por entregadores de serviços de delivery;

Custo elevado dos carros zero, que se distanciaram da renda média do brasileiro;

Financiamento mais restrito para automóveis, levando consumidores a optar por opções mais acessíveis;

Crescimento do consórcio, modalidade que facilita a entrada no segmento.

A Fenabrave avalia que, pela primeira vez em décadas, as motos devem superar as vendas de carros novos ainda este ano. A diferença entre as duas categorias já ultrapassa 200 mil unidades.

Mercado aquece em Goiás

No varejo goiano, concessionárias relatam crescimento médio entre 15% e 20% nas vendas. O empresário Edson Aires, da Moto Aires, afirma que tudo o que chega das montadoras é rapidamente vendido. Ele lembra que uma moto popular custa cerca de R$ 20 mil, enquanto o carro mais barato não sai por menos de R$ 80 mil. “A tendência é de crescimento contínuo”, diz.

O gerente Charles Duraes, da Cical Honda, destaca também o aumento das compras para locação e uso em entregas. “Muita gente compra para alugar a outra pessoa trabalhar”, explica.

Já Walter de Araújo, da Planeta Motos, alerta que os juros ainda afastam parte dos consumidores. Uma moto de R$ 20 mil pode chegar a R$ 48 mil quando financiada em 48 parcelas. “Com a Selic alta, o impacto é grande, mas a procura segue firme”, afirma.

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