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Magda Mofatto e Vanderlan Cardoso afirmam que fundamentos apresentados por Alexandre de Moraes não justificam adoção da prisão preventiva
Parlamentares goianos reagem à prisão de Bolsonaro
23/11/2025, às 08:11 · Por Redação
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes neste sábado (22), gerou forte reação entre integrantes da bancada goiana no Congresso Nacional. A deputada federal Magda Mofatto (PL) e o senador Vanderlan Cardoso (PSD) criticaram a medida, classificando-a como excessiva e sem amparo jurídico suficiente.
Bolsonaro foi detido em Brasília após Moraes apontar suposta violação da tornozeleira eletrônica durante a madrugada e risco de fuga para a embaixada dos Estados Unidos. A decisão também citou a convocação de uma vigília por apoiadores, organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como elemento adicional para justificar o endurecimento da medida.
Críticas de Magda Mofatto
Ao jornal Opção, Magda Mofatto afirmou que a determinação do STF ampliou um sentimento de “revolta” no país e acusou o Judiciário de atuar de forma autoritária. Segundo ela, a prisão teria sido influenciada pela mobilização de apoiadores que se organizaram para orações em defesa da família Bolsonaro.
“A revolta, a indignação tomou conta desse país. A ditadura judicial que tomou conta de todos está cada vez mais se fortalecendo. Hoje com o mandato de prisão do Bolsonaro, única e exclusivamente porque aqueles que ainda creem na justiça divina tomaram a decisão de fazer orações”, disse a deputada.
“Hoje, neste país, até ser fiel a Deus, a Cristo, é crime. Temos que reagir com muita força, com muita fé e acreditar que ainda existe justiça. Juntos seremos mais fortes.”
Vanderlan fala em falta de proporcionalidade
O senador Vanderlan Cardoso também criticou a decisão e disse que não vê elementos que sustentem a adoção da prisão preventiva. Para ele, Bolsonaro já estava submetido a medidas cautelares suficientes.
“A prisão preventiva de Bolsonaro é uma medida desproporcional. Ele já estava em regime domiciliar, monitorado e sem qualquer indício de fuga. A escalada punitiva virou regra”, afirmou.
“Convocar uma vigília de oração não é crime. É exercício legítimo do direito de manifestação religiosa, protegido pela Constituição. Transformar isso em justificativa para endurecer ainda mais as punições ultrapassa qualquer lógica jurídica aceitável.”
Vanderlan também contestou o argumento de risco iminente de evasão: “Se houvesse intenção de fugir, as oportunidades anteriores falam por si e ele nunca tentou. A prisão agora é desnecessária. É preciso equilíbrio, proporcionalidade e respeito ao devido processo legal.”
Decisão
A ordem de prisão preventiva foi expedida no âmbito da Pet 14129, após a Polícia Federal relatar suposta violação do equipamento de monitoramento às 0h08 deste sábado e movimentos que, segundo investigadores, poderiam indicar tentativa de fuga. A Procuradoria-Geral da República se manifestou a favor do endurecimento da medida.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal e participará de audiência de custódia neste domingo (23). O caso segue em tramitação no Supremo Tribunal Federal, paralelamente à Ação Penal 2668, cuja condenação está próxima de transitar em julgado.
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