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Divulgação - Porto Seco
Estudo aponta impacto econômico da ligação entre FIOL e FICO e consolida Mara Rosa como ponto estratégico
Corredor ferroviário deve elevar PIB de Goiás em R$ 73,5 bilhões
22/11/2025, às 09:02 · Por Redação
A alteração do traçado da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que agora conectará Correntina (BA) a Mara Rosa (GO) e fará ligação direta com a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), deve ampliar a competitividade logística do estado e impulsionar a economia regional. Estimativa do Instituto Mauro Borges (IMB) projeta incremento acumulado de R$ 73,5 bilhões no PIB goiano nos dez primeiros anos de operação do corredor.
A integração das ferrovias formará um eixo de escoamento que cruzará rotas estratégicas, conectando regiões produtoras do Centro-Oeste e Oeste a portos do Nordeste. Apenas Mara Rosa deve registrar acréscimo de R$ 63,6 milhões no período inicial, com efeitos sobre produção agropecuária, oferta de serviços e geração de empregos.
O corredor Leste-Oeste terá 1.708 quilômetros, de Água Boa (MT) a Caetité (BA), com possibilidade de expansão até Lucas do Rio Verde. A conexão ainda permitirá acesso à FIOL I e ao porto de Ilhéus (BA), ampliando alternativas aos portos do Sudeste. Segundo o IMB, o investimento no trecho deve chegar a R$ 12 bilhões.
O diretor-executivo do IMB, Erik Figueiredo, afirma que a integração ferroviária colocará o Vale do Araguaia em posição privilegiada na logística nacional. Ele projeta crescimento médio de 9,6% no PIB agropecuário da região, com potencial de criação de 10,8 mil vagas formais. “Mara Rosa passa a ocupar posição estratégica como entroncamento ferroviário, recebendo fluxos de carga do Mato Grosso, do MATOPIBA e do norte goiano”, disse.
A produção agropecuária deve ser uma das principais beneficiadas pela redução de custos logísticos. Só o trecho goiano da Ferrovia Norte-Sul movimentou 7,2 milhões de toneladas em 2023. A chegada da FIOL e da FICO deve dividir o fluxo hoje concentrado nos portos de Santos e Paranaguá, o que tende a diminuir filas de embarque e baratear fretes marítimos.
As obras entre Mara Rosa e Água Boa avançam. Para a Aprosoja-GO, o novo corredor abrirá caminho para a extensão até Rondônia. O presidente da entidade, Clodoaldo Calegari, destaca que o transporte ferroviário reduz a circulação de caminhões e, com ela, o impacto ambiental e os custos de produção. Ele defende, porém, maior concorrência entre concessionárias para evitar tarifas alinhadas ao modal rodoviário.
O gerente técnico do Instituto para Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, considera que o corredor é elemento central para diminuir o chamado “custo Brasil”. Para ele, mais alternativas de escoamento, como Ilhéus e os portos do Arco Norte, aumentam a competitividade e reduzem atrasos. Machado também aponta que o modelo atual de concessões precisa ser aperfeiçoado para equilibrar operações entre trechos.
O IMB prevê expansão média de 3,1% ao ano no PIB das regiões ligadas ao novo corredor nos próximos 25 anos, com ampliação da rede de serviços locais e novos negócios. Para o instituto, infraestrutura ferroviária é fator determinante para o crescimento econômico sustentável.


