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Foto: Marcos Corrêa/PR
Goiás merece mais do que candidaturas improvisadas ou arrancadas à força
Coluna do Pablo Kossa: Com preguiça e sem vontade, Wilder diz que é candidato
21/11/2025, às 12:07 · Por Pablo Kossa
Sabe quando aquele amigo fica com medinho da água gelada da cachoeira de Pirenópolis e vai entrando devagarzinho, sem nenhuma vontade? Ele molha o tornozelo, anda um pouquinho e deixa a água fria bater no joelho mas não mergulha nunca. Pois é, essa é a situação de Wilder Morais com sua pré-candidatura ao Governo de Goiás. O senador tateava, conversava, enrolava, mas não se jogava.
O problema é que tal qual na cachoeira sempre tem um gaiato pra empurrar o titubeante pra dentro da água gélida, os membros do PL não deixaram o senador ficar de embromação. Deputados e vereadores bolsonaristas enquadraram Wilder. Aí ele teve que, a contragosto, cair de cabeça na propositura ao Palácio das Esmeraldas.
A pré-candidatura de Wilder nasce marcada pela falta de entusiasmo. O senador só saiu da moita porque aliados o cercaram. Quando algo nasce da pressão e não dá vontade, é complicado lograr êxito.
O que deveria ser um gesto de liderança, convicção e projeto para Goiás virou um constrangido ato burocrático. Só existiu para atender aos interesses do grupo que precisava ter um nome na vitrine.
Todos sabemos que a 11 meses do momento de encontro dos goianos com as urnas representam 11 séculos. Ou seja, tem água de 30 mil cachoeiras de Piri pra passar debaixo da ponte. Mas, o que vemos agora, é que não dá pra botar fé nenhuma que a candidatura de Wilder prospere.
Ganhar uma eleição depende de vários fatores. Grupo político sólido, discurso que encaixe junto ao eleitorado, desgaste dos concorrentes, um bom tanto de sorte e muuuuiita vontade do candidato de cair dentro da briga. Wilder já começa demonstrando uma preguiça gigantesca para o desafio. Assume sem o menor constrangimento que só se declarou pré-candidato por pressão.
Se nem o cara quer tanto assim ser candidato a governador, por que diabos o goiano se empolgaria com algo que nem ele mesmo mostra entusiasmo?
Goiás merece mais do que candidaturas improvisadas ou arrancadas à força. Merece lideranças que demonstrem vontade genuína de governar, que estejam prontas para enfrentar problemas concretos e que não tratem uma eleição como simples cumprimento de tabela partidária. Goiás é maior que os caprichos e conveniências.
Vejo duas explicações possíveis para o comportamento do senador: empáfia de riquinho que acha que pode tudo na hora em que lhe der na telha ou a mais completa desconexão da realidade.
Qual das hipóteses você acha a mais plausível para o caso de Wilder?
Wilder Morais Pablo Kossa Coluna


