Motiva vende Aeroporto de Goiânia para grupo que administra terminal de Cancún

O Aeroporto de Goiânia foi vendido pela Motiva Aeroportos à Aeropuerto de Cancún, S.A. de C.V., subsidiária do Grupo Aeroportuário del Sureste (ASUR), responsável por operar nove aeroportos no México e outros sete países da América Latina. A Motiva continuará administrando o terminal até a conclusão da transação e informou que não haverá mudanças imediatas para usuários e passageiros.

A venda envolve 100% da plataforma de 20 aeroportos da Motiva, sendo 17 no Brasil. O valor total da operação é de R$ 11,5 bilhões: R$ 5 bilhões referentes às participações acionárias e R$ 6,5 bilhões em dívidas líquidas incluídas no processo de alienação da CPC Holding.

A concessionária destacou que, desde março de 2022, investiu cerca de R$ 65 milhões em melhorias no Aeroporto de Goiânia, com foco na segurança operacional e na experiência dos passageiros. Entre as entregas recentes está o primeiro Terminal de Cargas totalmente refrigerado do país. O aeroporto também registra alta na demanda: no primeiro semestre de 2025, mais de 1,8 milhão de passageiros embarcaram ou desembarcaram no terminal, crescimento de aproximadamente 13% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A Motiva afirma que ampliou a sala de embarque remota e aumentou em mais de 40% a oferta de lojas e serviços. Segundo a empresa, o crescimento do fluxo de passageiros reflete a localização estratégica do aeroporto, o avanço do turismo e o aumento da oferta de rotas.

A companhia garantiu que não haverá impacto operacional durante o processo de transição. As equipes atuais serão mantidas e os contratos vigentes seguirão em execução. A previsão é de que a transferência seja concluída em 2026, após a análise e aprovação dos órgãos de defesa da concorrência.

Os 20 aeroportos administrados pela Motiva movimentam 47 milhões de passageiros por ano e operam mais de 200 rotas regulares. No período de 12 meses encerrado no terceiro trimestre de 2025, a receita líquida do conjunto de terminais foi de R$ 2,565 bilhões, com EBITDA de R$ 1,301 bilhão e margem de 51%.

A empresa informou que a venda se alinha ao plano estratégico Ambição 2035, que prevê a simplificação do portfólio e a concentração de investimentos nos setores de rodovias e trilhos. “Ao avançarmos na reciclagem de capital e simplificarmos nosso portfólio, ampliamos a capacidade de investimento nos segmentos estratégicos”, afirmou o CEO da Motiva, Miguel Setas.

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