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Goiânia, 28/11/25
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Achados, que datam dos séculos 14/15 e 19, estão em área de preservação de empreendimento próximo ao Morro do Frota; Iphan exige plano de gestão e salvamento

Loteamento de luxo em Pirenópolis revela sítios arqueológicos com vestígios pré-colombianos e mina de ouro colonial

18/11/2025, às 10:22 · Por Redação

A história de Pirenópolis, cidade goiana tombada pelo Iphan e a 130 km de Goiânia, ganhou novos e valiosos capítulos. Um loteamento de alto padrão, o Aldeia do Vale Pirenópolis, revelou a existência de dois sítios arqueológicos em sua área de preservação durante as obras estruturais, mas os detalhes sobre os achados permanecem sob sigilo.

Os locais foram identificados no Morro do Frota ainda em 2022, após um pedido de anuência ao licenciamento ambiental, mas a informação não era de domínio público, nem mesmo entre os moradores do município, tombado desde 1989.

Do Período Pré-Colombiano ao Ciclo do Ouro
Um dos espaços, denominado Morro do Frota 1, apresenta fragmentos de cerâmica, ferramentas e marcas no solo que, segundo apuração da reportagem, datam, possivelmente, do período pré-colombiano, entre os séculos 14 e 15.

O segundo local, batizado de Morro do Frota 2, é uma cava de mineração do Ciclo do Ouro, com paredes de pedra, muros de contenção e canais de extração, estimados em ser do século 19.

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) confirmou a identificação dos sítios na Área Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento e informou ter exigido dos proprietários a apresentação de um Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico (PGPA).

Sigilo e Futuro Museológico
Apesar da importância dos achados — que incluem cerâmica, ferramentas e estruturas em rocha — o POPULAR não conseguiu obter do Iphan ou do Grupo Tropical (responsável pelo empreendimento) detalhes sobre quais artefatos foram encontrados e onde eles estão no momento. O Iphan apenas ressaltou que, caso retirados, "esses achados deverão ser entregues a uma instituição de guarda após a conclusão do PGPA".

O empreendedor, por sua vez, garantiu que "preservar a história e a cultura dos locais onde atua faz parte dos princípios do grupo empreendedor, que, ao identificar a existência de sítios arqueológicos, cumpriu rigorosamente toda a legislação vigente".

Há, no entanto, a apuração de que o Grupo Tropical tem interesse em realizar um projeto semelhante a um museu, acoplado ao loteamento, que permitiria a abertura ao público para a apresentação dos sítios e seus materiais. O empreendimento, que demorou 17 anos para obter a liberação, promete que mais da metade de sua área será destinada à preservação ambiental.

O caso da Fued José Sebba é um exemplo recente de como a arqueologia e o planejamento urbano se cruzam em Goiânia, o que levanta a discussão sobre o futuro do patrimônio na histórica Pirenópolis.


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