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Prefeito Sandro Mabel admitiu que instituto foi usado como "cabide de empregos" e estuda profissionalização ou extinção. O plano de reestruturação prevê saneamento financeiro e combate às filas de servidores, que esperam até um mês por exames
Crise do Imas: Prefeitura negocia com MP plano para pagar dívida de R$ 233 milhões e reforçar autarquia
18/11/2025, às 10:17 · Por Redação
A Prefeitura de Goiânia está em negociação com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para promover a reestruturação urgente do Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores (Imas), que enfrenta uma crise financeira e operacional.
O planejamento, que já teve uma primeira versão apresentada ao órgão fiscalizador, foca em seis pilares: reorganização legal, estrutura de pessoal, auditoria, gestão contratual, saneamento financeiro, transparência e melhoria no atendimento ao usuário.
O Rombo e a Mudança Institucional
Com dívidas que somam R$ 233 milhões, o Imas é um dos principais motivos que justificam o decreto de calamidade financeira municipal para 2025.
No encontro com o MP-GO, que incluiu o prefeito Sandro Mabel (UB) e a presidente do Imas, Gardene Moreira, o prefeito reconheceu que o instituto tem problemas há anos e que foi usado anteriormente como "cabide de empregos". Mabel afirmou que, diante do cenário, as alternativas são a profissionalização da autarquia ou a sua extinção.
Para garantir a autonomia do instituto e solucionar "travas" orçamentárias e contratuais, o plano prevê a elaboração de um relatório técnico detalhado e a minuta de um novo projeto de lei que deve reforçar a natureza autárquica do Imas. O texto final de reestruturação deve ser assinado e enviado ao MP-GO até o dia 24.
Plano de Pagamento e Expectativas
Na frente financeira, o plano é focado no levantamento e equacionamento do passivo, com a definição de um cronograma de pagamento para os R$ 233 milhões de dívidas. O Imas também terá metas e prazos para manter o pagamento mensal aos prestadores, com previsão de aporte municipal complementar se necessário.
A implementação total da reestruturação, segundo o prefeito, está prevista para ocorrer entre o final de fevereiro e início de março de 2026, enfrentando no meio do caminho dificuldades políticas na Câmara para aprovar textos obrigatórios.
O Impacto no Servidor
Enquanto o plano caminha, servidores e pensionistas continuam enfrentando a falta de atendimento. Relatos apontam que a média de espera para marcar exames especializados é de cerca de um mês ou mais, e a marcação de consultas está restrita a clínicos gerais.
Usuários como a pensionista Orenice Maria de Oliveira, de 78 anos, relatam a dificuldade: "Minha prótese da perna afundou, estou correndo atrás de uma nova, mas nenhum médico fornece o pedido pela falta de autorização do Imas. Os próprios ortopedistas não atendem porque o plano está completamente pendurado."
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