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Justiça mantém prisão Presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Olávio Teles; investigação aponta crimes na gabinete da instituição e intimidação de vítimas
Olávio Teles segue preso sob suspeita de abusos contra funcionárias
15/11/2025, às 07:50 · Por Redação
A Justiça decidiu manter, nesta sexta-feira (14/11), a prisão do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Rio Verde, Olávio Teles Fonseca. Ele é investigado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) por supostos abusos sexuais contra duas funcionárias adultas e pelo estupro de uma adolescente dentro da sala da presidência da entidade. O processo tramita sob sigilo.
Preso na quinta-feira (13/11), Olávio foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória de Rio Verde. Logo após a prisão, pediu afastamento do cargo. A audiência de custódia contou com a presença da defesa e do promotor Thiago Galindo Placheski. O caso é acompanhado pelo promotor Augusto César Borges Souza.
Segundo a delegada Fernanda Simão, titular da Deam, as denúncias começaram de forma anônima e motivaram cerca de três meses de investigação. Ela afirmou que as vítimas tinham receio de depor, em razão da influência política e social do presidente do sindicato.
“Foi feito o pedido de prisão provisória a fim de resguardar a garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal. Algumas testemunhas e possíveis vítimas estariam intimidadas em dar depoimento”, afirmou. A delegada relatou acreditar na existência de mais vítimas e disse que está disponível para ouvi-las.
A investigação aponta que os abusos ocorriam durante o expediente, dentro da sala da presidência, que possuía tranca automática controlada por Olávio. Funcionárias relataram que eram ameaçadas após os episódios, com advertências de que poderiam ter a reputação e a vida profissional prejudicadas caso denunciassem os fatos.
Uma das vítimas informou que os crimes aconteciam há cerca de um ano. Segundo a delegada, o ambiente era totalmente controlado e só poderia ser aberto por ele ou por ordem direta à secretária.
Crimes investigados
A Deam apura a prática de estupro, abuso sexual, violência psicológica e coação no curso do processo. Algumas vítimas apresentaram laudos de afastamento por adoecimento mental, que podem estar relacionados ao trauma. A delegacia afirma que prestou apoio psicológico às mulheres.
Posicionamento
Na quinta-feira, o sindicato divulgou nota dizendo confiar na Justiça e informando que Olávio pediu afastamento da presidência. A entidade afirmou que está à disposição das autoridades, mas não respondeu se outros diretores tinham conhecimento das denúncias.
A defesa do presidente do sindicato não se manifestou sobre o caso.

