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Estudo apresentado na COP30 aponta balanço líquido de 513 milhões de toneladas de CO₂ removidas da atmosfera desde 2006
Goiás apresenta saldo positivo de carbono na COP30
11/11/2025, às 10:21 · Por Redação
Goiás apresentou, nesta segunda-feira (10/11), na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, um estudo que indica saldo positivo de carbono no Estado. A análise mostra que, desde 2006, a vegetação em território goiano passou a remover mais gás carbônico da atmosfera do que emitir, resultando em balanço líquido acumulado de 513 milhões de toneladas de CO₂ equivalente até 2024. Os dados consideram a métrica relacionada às mudanças no uso da terra, como desmatamento e queimadas.
A secretária estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis, apresentou os números durante o painel Governança Climática: a importância da atuação vertical para o alcance das NDCs. “No que diz respeito ao fator mudança do uso da terra, nós já somos carbono positivo”, afirmou. Segundo ela, o resultado é reflexo da redução do desmatamento e da regeneração de áreas de vegetação no Estado. “Temos mais biomassa florestal do que perda de cobertura vegetal”, disse.
O conceito apresentado se refere ao balanço entre as emissões geradas pelas perdas de vegetação e o carbono absorvido pelo Cerrado na recomposição de áreas degradadas. “As emissões desse grupo incluem desmatamento e queimadas de áreas nativas. Já as remoções são vinculadas ao ganho de biomassa, seja por regeneração natural ou recomposição”, explicou Vulcanis.
O estudo foi elaborado pelo Earth Innovation Institute, com dados da empresa Chloris Geospatial, que utiliza tecnologia de sensoriamento remoto para medir a biomassa existente acima do solo. A análise cobre o período entre 2000 e 2024, com resolução espacial de 10 metros. O mapa apresentado mostra prevalência de áreas com aumento de vegetação, especialmente no Sudoeste goiano. Já na região Nordeste do Estado foram observadas perdas, associadas à retirada de vegetação nativa.
O coordenador do programa em Goiás, João Pedro Gurgel e Silvas, ressaltou que a regeneração indicada não significa necessariamente que as áreas estão restauradas do ponto de vista ambiental. “O dado aponta ganho de biomassa e absorção de carbono, o que não significa que o ecossistema voltou à condição original.”
Segundo Vulcanis, Goiás responde por aproximadamente 2% a 3% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa. Cerca de metade das emissões estaduais é atribuída à pecuária. “Mesmo sendo um percentual pequeno no cenário nacional, o resultado é significativo porque mostra que a vegetação nativa goiana hoje absorve mais carbono do que o desmatamento e as queimadas liberam”, afirmou.
O Estado também destacou, na COP30, a redução de 72% nas taxas de desmatamento, conforme dados do Prodes/Inpe. Entre agosto de 2024 e julho de 2025, Goiás registrou 231 km² de área desmatada, o menor índice da série histórica iniciada em 2001. Programas de pagamento por serviços ambientais (PSA) e aprimoramento no licenciamento ambiental foram apresentados como fatores que contribuíram para o resultado.
COP30 Goiás,


