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Goiânia, 12/11/25
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Se a rapaziada que comanda a Serrinha não se ligar, logo o Cuiabá ou o Atlético Goianiense assume o posto de time mais prestigioso do Centro-Oeste

Coluna do Pablo Kossa: Só um esmeraldino Pacheco ainda acredita no Goiás EC

10/11/2025, às 23:09 · Por Pablo Kossa

Observar algo definhar sempre é melancólico. Uma planta que não reage mais à rega e adubos, um animal de estimação convalescente ou, a pior sensação de todas, um parente amado enfermo que vai perdendo as forças. É lento, é sofrido. O torcedor do Goiás sente isso ao acompanhar seu time: o vê perder forças, prestígio, definhando um pouco a cada temporada que termina.

 

Só o mais Pacheco dos esmeraldinos ainda acredita ser possível subir para a Série A. Olhando o retrospecto da campanha do Goiás na Segundona de 2025, estamos presenciando uma das maiores entregadas de paçoca da história do clube.

 

Posso estar equivocado, até torço para estar, mas não posso negar o sentimento que a vitória contra o Cuiabá na última sexta-feira me passou é similar àquele da melhorada que o enfermo querido dá antes da morte. Você fica feliz, mas não sente convicção. Não acho que que o Goiás terá uma nova postura. Insisto: torço para estar errado, acredito não estar.

 

Ok, o plantel nunca convenceu de verdade, nem nos bons momentos do primeiro turno. Mas parecia que a gordura acumulada seria um escudo para possíveis presepadas. Doce ilusão. Elas vieram e o time não manteve a generosa vantagem construída.

 

E o esmeraldino, anestesiado com o lento definhar do clube, não se exalta tanto quanto outrora. Muitos largaram de torcer, outros já se conformaram com a pequenez assumida. Uma derrocada lenta, gradual e constante. Que entorpece e impede reações indignadas.

 

Falta ambição a quem controla o Goiás. Sentimento que abunda em clubes que foram menores que o esmeraldino em dimensão nacional. Observe os exemplos do Athletico Paranaense e Fortaleza. Ambos de tradição, ambos com menos prestígio que o clube goiano há coisa de 30 anos. Hoje, são muito mais respeitados.

 

Se a rapaziada que comanda a Serrinha não se ligar, logo o Cuiabá ou o Atlético Goianiense assume o posto de time mais prestigioso do Centro-Oeste. Nessa toada, é questão de tempo. Como também é dado que num futuro próximo o Goiás vai jogar uma Série C. Quer bater uma aposta?

 

Que saudades do Goiás respeitado. Que botava medo nos grandões do Brasil quando vinham enfrentá-lo no Serra Dourada. Que formava craques que brilhavam com a camisa verde e eram negociados em bons termos, alimentando o caixa e fazendo girar um círculo virtuoso. Aqueles times do velho Hailé Pinheiro, do Raimundo Queiroz, do dirigido por Marcelo Segurado em 2012 e 2013 – o último suspiro de orgulho que o esmeraldino teve.

 

A temporada 2025 termina com um amargo na boca. Jogadores sem brio, diretoria perdida e dívidas acumuladas. A fórmula perfeita para o fracasso que vemos.

 

Em que ano você acha que o Goiás estreará na Terceirona?

 


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