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Goiânia, 07/11/25
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Presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, diz que o valor baixo da multa estimula a infração e defende sanção entre R$ 10 mil e R$ 15 mil

Mais de 20% dos goianos admitem uso abusivo de álcool e 10% dizem dirigir alcoolizados, aponta pesquisa

06/11/2025, às 10:40 · Por Redação

A Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgou, nesta quarta-feira (5), os resultados da pesquisa Vigitel Goiás 2025, que aponta que 23,7% dos goianos fazem uso abusivo de bebida alcoólica e 10,4% admitem dirigir alcoolizados. Apesar de uma leve melhora em relação a 2022 — quando os índices eram, respectivamente, 24,1% e 10,8% — os números ainda preocupam autoridades de trânsito.

De acorco com o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), o número de motoristas flagrados sob efeito de álcool cresceu 40% no mesmo período analisado pela pesquisa. Entre janeiro e outubro de 2022, foram registradas 10.398 autuações; no mesmo intervalo deste ano, o número saltou para 14.564. O órgão avalia que o aumento da fiscalização pode ter contribuído para a ligeira queda identificada pela Vigitel.


“Com uma fiscalização maior, as pessoas ficam com mais receio de serem punidas”, explicou o Detran em nota.

O presidente do Detran-GO, Delegado Waldir Soares, considera que os números seguem altos e que o valor da multa atual — cerca de R$ 3 mil — é irrisório diante da gravidade da infração.

“Beber e dirigir é uma conduta grave. A sanção deveria ser entre R$ 10 mil e R$ 15 mil”, afirmou Waldir.

Ele ressalta que o Detran tem intensificado as operações em parceria com a Polícia Militar, Guarda Civil Metropolitana e Polícia Rodoviária Federal, além de ampliar o programa Balada Responsável, que atua na prevenção e na punição de motoristas alcoolizados.

“Temos pago mais horas operacionais para a PM, aumentado a integração com as guardas municipais e com a PRF. Também estamos treinando mais de 600 policiais para comandar operações em todas as regiões de Goiás”, detalhou.


Pesquisa Vigitel Goiás

A Vigitel é uma pesquisa nacional de Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais brasileiras. Em apenas dois estados — Goiás e São Paulo — ela também ocorre em nível regional.

Em Goiás, a pesquisa conta com uma inovação: além das entrevistas por telefone fixo, inclui levantamentos feitos por celular. A primeira edição foi realizada em 2022, com os resultados publicados em 2023. A edição atual foi conduzida entre janeiro e maio de 2025 e ouviu 18.075 pessoas maiores de 18 anos, residentes em todas as 18 regionais de saúde do estado.

Além dos dados sobre consumo de álcool, o levantamento traz outros indicadores preocupantes:

Tabagismo: subiu de 13,1% (2022) para 14,3% (2025);

Excesso de peso: 57,3% → 62,9%;

Obesidade: 22,8% → 25,7%;

Hipertensão: 22,6% → 26,3%;

Diabetes: 6,4% → 9,3%;

Depressão: 12,1% → 15,5%.

Por outro lado, houve melhora em alguns aspectos de prevenção e hábitos saudáveis, como o aumento na prática de atividade física no tempo livre (de 36% para 39,6%) e maior adesão a exames preventivos, como mamografia e citologia oncótica.


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