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Goiânia, 28/11/25
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Pedro Papiri era referência histórica da comunidade quilombola Mucambo

Morre Pedro Papiri, referência histórica da comunidade quilombola Mucambo

05/11/2025, às 10:44 · Por Redação

Morreu na segunda-feira (3/11), aos 107 anos, Pedro Antônio Miguel, conhecido como Pedro Papiri, um dos mais importantes representantes da comunidade quilombola Mucambo, em Santa Cruz de Goiás, no sudeste do Estado. Ele era reconhecido pela preservação da história e das tradições do quilombo, transmitidas sobretudo pela oralidade.

Natural de Minas Gerais, Pedro chegou ainda criança a Goiás, em viagem de carro de boi com a família. Desde então, tornou-se uma das principais referências da comunidade, atuando como guardião da memória e das práticas culturais do grupo.

Segundo o coordenador de Igualdade Racial da Comunidade Quilombola Mucambo, Lindomar Brito, Papiri morreu de causas naturais. “O legado dele foi muito importante, porque ele foi símbolo de resistência, de força e de coragem, e foi a voz da comunidade que ecoou aqui da origem que nasce a nossa comunidade”, afirmou.

O papel de Pedro Papiri foi reconhecido ao longo das décadas, especialmente pela contribuição para manter vivas as narrativas sobre a formação do quilombo e reforçar a identidade coletiva do povo quilombola na região. Sua presença era associada à religiosidade, ao fortalecimento comunitário e à transmissão de saberes aos mais jovens.

Em nota, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) lamentou a morte e destacou a trajetória marcada pela defesa das tradições ancestrais e pelo compromisso com a valorização da cultura quilombola.

O sepultamento ocorreu com homenagens de familiares, moradores da comunidade e lideranças quilombolas. Entre cantos, rezas e discursos, a despedida reforçou o entendimento de que Pedro Papiri permanece como referência simbólica na história do Mucambo.


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