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Goiânia, 28/11/25
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Gravações indicam que ex-coordenador de clínica teria orientado internos a sequestrar mulher para interná-la à força, a pedido do próprio pai

Interno de clínica envolvida em sequestro pode ter sido coagido a participar de crime, indica gravação

04/11/2025, às 16:11 · Por Redação

Conversas gravadas, obtidas pelo Mais Goiás, indicam que um dos internos da clínica envolvida no sequestro de uma mulher de 43 anos, em Goiânia, pode ter sido coagido a participar da ação por um ex-coordenador do Espaço Terapêutico Dom da Vida, localizado em Trindade.


O crime, ocorrido no último domingo (2/11), teria sido orquestrado pelo pai da vítima, que pretendia interná-la à força após desentendimentos familiares relacionados à herança deixada pela avó.


Segundo a mãe de um dos suspeitos, o filho — internado há cerca de 30 dias para tratar depressão e alcoolismo — foi usado indevidamente na operação. Ela relatou à reportagem que, ao saber da prisão do jovem, procurou o atual coordenador da clínica, cobrando explicações.


Durante a conversa, gravada pela mulher, um funcionário da instituição confirmou que o rapaz e outros dois internos foram recrutados pelo ex-coordenador, identificado apenas como Renan, que estava de folga, mas comandou a ação à distância, enviando áudios com instruções para levar a mulher coercitivamente até a clínica.


O colaborador chegou a afirmar que o trio “pegou o carro escondido”, mas acabou se contradizendo ao admitir que houve autorização informal. “Sim, eu confirmo que ele teve a autorização do Renan”, reconheceu.


A mãe do suspeito afirmou que entregou laudo psiquiátrico e contrato de internação à clínica, e que pagou R$ 1.400 pelo tratamento. “Meu filho tem laudo psiquiátrico. Eu o deixei sob os cuidados da clínica, e agora ele está preso. Ele foi usado para um crime”, desabafou.


O coordenador atual informou que o espaço chegou a tentar pagar fiança para liberar o jovem, mas ele foi autuado em flagrante e segue preso, junto com os outros dois internos, aguardando audiência de custódia.


O caso é investigado pela Polícia Civil com base na Lei Maria da Penha, por envolver violência contra uma mulher, e os suspeitos respondem por lesão corporal e cárcere privado.


A mulher sequestrada foi resgatada pela Polícia Militar e apresentava lesões compatíveis com contenção física. O Mais Goiás procurou o Espaço Terapêutico Dom da Vida, que informou que não irá se pronunciar sobre o caso por enquanto, mas afirmou estar aberto a futuras manifestações.


Clínica Sequestro Coação Trindade