Coluna do Pablo Kossa: Se federação falhar, melhor pra Caiado

 Aquela velha história de que política é como nuvem vale sempre ser citada: uma hora você olha e as coisas estão de um jeito, depois de um tempo olha de novo e estão diferentes. Máxima tão citada justamente por ser útil pra explicar as movimentações dos agentes políticos.

 

A última que pintou é que ainda pode falhar a federação entre União Brasil e PP. Depois de toda dança do acasalamento, reuniões e convenção, o trem parece que descarrilhou.

 

Os interesses partidários em diversos estados são conflitantes. Além disso, os caciques Antônio Rueda (UB) e Ciro Nogueira (PP) estão se bicando.

 

Ainda há tempo hábil para interromper o processo de federação pois ainda tramita nos corredores burocráticos do TSE. E você sabe a máxima de serviço público: tudo só é fato depois de publicado no Diário Oficial. Até lá, nada existe.

 

Ronaldo Caiado nunca foi um entusiasta da federação. Muito pelo contrário. Se opôs até onde teve forças contra o projeto. Só o abraçou quando não tinha mais volta. O governador tinha clareza de que figuras do PP poderiam ser barreiras ao seu plano de candidatura presidencial. Não estava errado. As tretas recentes com Ciro Nogueira mostram isso.

 

Agora que pintou uma chance do casamento ser interrompido antes do cartório soltar a certidão, Caiado trabalha nesse sentido.

 

Se já não está fácil convencer as lideranças do UB a embarcarem em seu projeto, quando se soma as do PP, o trabalho se transforma numa missão quase impossível pra Tom Cruise nenhum botar defeito.

 

Eu já falei que política é como nuvem, né? Se hoje o céu parece carregado e de trovoadas para a federação, tudo pode clarear logo adiante com diálogo e acordos. A coisa pode desandar de vez e cada partido seguir sua vida de forma independente, ou eles podem se resolver e caminhar juntos. Vai saber.

 

Para Caiado, o União Brasil solo deixa tudo mais fácil. Ou melhor, menos difícil. Por isso o goiano vai brigar muito para que a federação não vingue.

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