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Goiânia, 28/11/25
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Nova linhagem, mais transmissível, foi identificada em 97% das amostras analisadas pelo Lacen-GO; especialistas reforçam importância da vacinação diante do avanço da cepa

Variante XFG da Covid-19 se torna predominante em Goiás

22/10/2025, às 09:41 · Por Redação

A variante XFG da Covid-19, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “sob monitoramento” por sua alta transmissibilidade, já é dominante em Goiás. De acordo com o Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), a linhagem foi identificada em 97% das amostras analisadas em setembro. O primeiro registro no Estado ocorreu em junho, no município de Inhumas, e desde então a cepa se espalhou por diversas regiões goianas.

A OMS incluiu a XFG na lista de variantes monitoradas em 25 de junho. Apesar do aumento de casos em países como a França, não há evidências de que provoque quadros mais graves da doença. Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Júlio Croda disse ao jornal O Popular que a linhagem tem potencial de se disseminar rapidamente. “É uma variante com capacidade de se espalhar por vários países e causar novas ondas epidêmicas”, disse.

No Brasil, os primeiros registros ocorreram em maio, em São Paulo e no Ceará. Em Goiás, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) aponta maior concentração de casos em agosto, principalmente em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis e Rio Verde. O sequenciamento genético é feito por amostragem a partir do envio de materiais coletados pelos municípios.

A XFG pertence à família ômicron e tem como sintoma frequente a rouquidão. A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, explicou que a disseminação da variante exige atenção. “A XFG se espalhou rapidamente por todo o Estado, o que demanda monitoramento contínuo e cuidado com a ocupação hospitalar”, afirmou ao jornal O Popular.

Segundo o Ministério da Saúde, no informe de vigilância de síndromes gripais divulgado em 11 de outubro, a XFG representa 81% dos sequenciamentos realizados nos últimos três meses em todo o país. Em Goiás, a circulação da variante coincidiu com o aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) e da Covid-19 a partir de agosto.

Flúvia Amorim explicou que o Estado vive momento de estabilidade, mas com atenção redobrada. “O cenário é de platô, mas seguimos em monitoramento”, disse. Nos casos graves, amostras continuam sendo enviadas ao Lacen-GO para identificar a variante em circulação.

Vacinação em baixa
O avanço da XFG reacendeu o alerta sobre a importância da vacinação. Júlio Croda explica que a nova variante tem mutações na proteína spike que reduzem a resposta imune. “Ela tem escape em pessoas que já tiveram a doença ou tomaram a vacina há muito tempo”, afirmou.

Em Goiás, a cobertura vacinal está abaixo da média nacional, especialmente entre crianças. Segundo a SES-GO, apenas 1,56% dos menores de 1 ano foram vacinados, contra 3,04% no país. O esquema prevê duas doses para crianças de 6 meses a 4 anos e, a partir dos 5 anos, uma dose. Idosos devem se imunizar a cada seis meses, e grupos prioritários, como profissionais de saúde e imunossuprimidos, uma vez por ano.

Durante o Dia D da Campanha de Multivacinação, realizado no último sábado (18/10), a adesão à vacina contra a Covid-19 foi a menor entre os imunizantes disponíveis. “As pessoas têm resistência”, disse Flúvia Amorim. Ela informou que a secretaria tem orientado os municípios a ampliar o acesso, com vacinação em praças, parques e eventos, além do funcionamento estendido das salas de imunização. “Aprendemos com o Sars-CoV-2 que quanto mais o vírus circula, maior é a chance de surgirem novas mutações. Por isso, é fundamental se proteger”, concluiu.


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