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Goiânia, 28/11/25
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Lideranças da Assembleia de Deus afirmam que a aproximação do advogado-geral da União com o presidente e com o bispo Samuel Ferreira tem caráter institucional

Pastores goianos veem com cautela possível indicação de Jorge Messias ao STF

21/10/2025, às 09:04 · Por Redação

Pastores da Assembleia de Deus em Goiás avaliam com cautela a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmam que o recente encontro entre ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o bispo Samuel Ferreira, líder da Convenção Madureira, não teve caráter político. Ao jornal Opção, as lideranças reconhecem afinidades pontuais com o governo em questões sociais, mas apontam divergências em pautas de costumes.

Presidente da Assembleia de Deus Vila Nova e segundo-vice-presidente da Convenção Estadual Madureira, pastor Josué Gouveia avalia que Messias seria “o menos pior” entre os possíveis indicados, ainda que tenha histórico de apoio a Lula. “Por ser ligado a igrejas históricas, como Batista ou Presbiteriana, ele tem princípios que se aproximam dos valores familiares e teológicos que defendemos”, afirmou.

Gouveia classificou o encontro entre Lula, Messias e Samuel Ferreira como “normal”. “Ele [Ferreira] é um grande líder e as pessoas falam que está apoiando, mas não tem nada disso. Respeitamos Lula como presidente da República e jamais podemos tirar isso dele”, disse.

O pastor ressaltou que a reunião teve caráter pessoal, em razão da amizade entre Ferreira e Messias. “Não foi um encontro político. Precisamos deixar de ser extremistas e entender que o diálogo é necessário, mesmo com quem pensa diferente”.

Questionado sobre a possibilidade de aproximação política entre o governo federal e o segmento evangélico, Gouveia afirmou que há obstáculos ideológicos. “Temos posições firmes sobre temas como aborto, ideologia de gênero, casamento entre pessoas do mesmo sexo e liberação da maconha. São pontos que nos afastam”, disse.

Apesar disso, ele reconheceu convergência em temas sociais. “Ajudar os mais pobres é algo que o governo e a igreja fazem. O que não pode é o assistencialismo exagerado”, pontuou.

Presidente da Assembleia de Deus Ministério Bethel, pastor Gentil R. Oliveira também entende que o encontro entre Lula e o bispo Samuel Ferreira foi “institucional”. “O bispo deve conhecê-lo e o acompanhou até o presidente. Não tem conotação política”, afirmou.

Para Gentil, no entanto, não há espaço para aproximação ideológica entre o governo e as igrejas. “Os discursos do presidente mostram que ele considera nossas pautas de família e fé como ultrapassadas. É uma visão antiga dele e que não mudou”, avaliou.

O pastor afirmou ainda que a eventual nomeação de Messias ao STF não representaria um gesto político aos evangélicos. “Não foi indicado porque é evangélico. Ele é ligado ao PT há muitos anos e já era cotado por afinidade com o governo”, concluiu.


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