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Wesley Murakami recebeu pena de nove anos e dois meses por lesão corporal gravíssima; decisão do STJ determinou cumprimento em regime fechado
Justiça determina prisão de médico condenado por deformar pacientes em Goiás e no DF
08/10/2025, às 09:00 · Por Redação
A Justiça de Goiás expediu mandado de prisão contra o médico Wesley Noryuki Murakami, condenado por deformar nove pacientes durante procedimentos estéticos realizados em Goiânia e Brasília. A decisão, emitida pela 8ª Vara Criminal de Goiânia na última quarta-feira (1º/10), atende à determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que ele cumpra pena em regime fechado.
Murakami foi sentenciado em novembro de 2023 a nove anos e dois meses de prisão por lesão corporal gravíssima, após a Justiça concluir que ele aplicou indevidamente o produto PMMA (polimetilmetacrilato) nos rostos e glúteos de pacientes. A Polícia Civil de Goiás informou que realiza diligências para localizar o médico, que ainda não foi encontrado.
A defesa havia recorrido para que ele pudesse cumprir a pena em regime aberto, mas o STJ negou o pedido. Murakami respondia em liberdade desde a condenação.
Segundo a investigação, o médico não tinha autorização para realizar procedimentos invasivos e usava o PMMA em contextos proibidos. A Anvisa recomenda o uso da substância apenas em casos de deformidades causadas por doenças graves, e somente por profissionais habilitados. Diante das irregularidades, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) cassou o registro profissional de Murakami.
As vítimas — oito mulheres e um homem — realizaram intervenções entre 2013 e 2018. Exames periciais confirmaram que os pacientes sofreram lesões permanentes, e laudos da Polícia Técnico-Científica de Goiás atestaram “ofensa à integridade física”. Na sentença, a Justiça apontou que o médico assumiu o risco de causar danos aos pacientes, caracterizando dolo eventual.
Outras condenações
Murakami também foi condenado em outro processo, em setembro de 2024, a dois anos e três meses de prisão por causar enfermidade incurável em uma mulher. Ele foi ainda condenado a indenizar a vítima em R$ 16 mil. Esse caso segue em tramitação judicial. Até o momento, a defesa de Wesley Murakami não se manifestou sobre a nova decisão judicial.
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