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Em apenas um mês, novas gestoras retomam partos, cirurgias e exames que estavam interrompidos; SMS promete controle mais rigoroso e edital definitivo até o fim do contrato emergencial
Após 12 anos, maternidades de Goiânia mudam de gestão e passam por reestruturação completa
07/10/2025, às 09:40 · Por Redação
Depois de mais de uma década sob responsabilidade da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), as maternidades municipais de Goiânia iniciaram uma nova fase. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu encerrar o modelo de gestão unificada e adotar um formato com três organizações sociais (OSs) distintas, cada uma especializada em um perfil de atendimento.
A mudança, oficializada por meio de contrato emergencial, rompeu uma parceria firmada em 2012 entre a Fundahc, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a própria SMS, que abrangia a Maternidade Dona Íris, a Maternidade Nascer Cidadão e o Hospital e Maternidade Célia Câmara.
Segundo o assessor técnico da SMS, Dr. Frank Cardoso, a decisão foi tomada diante de falhas recorrentes na prestação de serviços.
“O serviço vinha sofrendo interrupções constantes, com risco de paralisação e até fechamento de unidades. Houve situação em que o atendimento de urgência ficou suspenso por horas até conseguirmos enviar anestesista para garantir o funcionamento”, relatou.
Três gestoras, três perfis
Com a nova configuração, cada unidade passou a ser administrada por uma OS com especialização compatível ao seu nível de complexidade:
Unidade Perfil Nova gestora
Maternidade Dona Íris Alta complexidade Instituto Patris
Hospital e Maternidade Célia Câmara Perfil hospitalar robusto Sociedade Beneficente São José (SBSJ)
Maternidade Nascer Cidadão Baixa complexidade Associação Hospital Beneficente do Brasil (AHBB)
“Deixamos o modelo de uma única entidade para adotar três, com capacidade técnica ajustada à realidade de cada maternidade”, explicou Cardoso.
Primeiros resultados
Em apenas 30 dias sob nova administração, os indicadores mostram recuperação do atendimento: foram 645 partos realizados, mais de 3 mil atendimentos de urgência e emergência, 1,5 mil consultas e exames ambulatoriais e cerca de 700 internações.
As cirurgias eletivas — que estavam paralisadas — também foram retomadas, incluindo procedimentos em ginecologia, mastologia e pediatria.
“Estamos atendendo as filas de espera e ampliando serviços como mamografias, exames citopatológicos e inserção de DIU, que estavam parados”, completou o assessor.
Nova fase
O contrato emergencial, com validade de seis meses, foi elaborado com base no edital anterior, o que limitou ajustes técnicos. A SMS, no entanto, já prepara um novo edital definitivo, com metas atualizadas e mecanismos de controle mais rigorosos.
“Desta vez teremos indicadores claros e acompanhamento efetivo das entregas. O monitoramento anterior era muito frágil”, afirmou Cardoso.
A expectativa é que o novo modelo traga maior eficiência e estabilidade às maternidades da capital, encerrando um ciclo de instabilidade que marcou os últimos anos da parceria com a Fundahc.
Maternidades Prefeitura de Goiânia