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Laboratório público de Goiás apresentou recurso após parecer desfavorável; produção depende de aval federal
Iquego busca autorização do Ministério da Saúde para produzir caneta emagrecedora
04/10/2025, às 08:08 · Por Redação
A Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), aguarda autorização do Ministério da Saúde para iniciar a produção de dois medicamentos injetáveis de alta demanda: Semaglutida e Liraglutida, substâncias utilizadas no tratamento de diabetes tipo 2 e controle de peso.
Conhecidos como “canetas emagrecedoras”, os medicamentos têm produção e comercialização dominadas por laboratórios privados internacionais. No ciclo 2024/2025, a Iquego recebeu parecer desfavorável à fabricação, mas já apresentou recurso administrativo, que está sob análise técnica no Ministério.
Em nota ao Mais Goiás, o laboratório afirmou que o recurso foi protocolado dentro do prazo e que a expectativa é de uma nova avaliação favorável. “O recurso está em análise pelas áreas competentes do Ministério da Saúde”, informou.
A Iquego participa de três programas federais voltados ao fortalecimento da produção nacional de medicamentos: o Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo(PDP), o Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) e o Programa de Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (PDCEIS).
Essas iniciativas exigem comprovação de capacidade técnica e industrial, parcerias com domínio de tecnologia, viabilidade econômica e aderência a padrões regulatórios. A concorrência é intensa, com a participação de instituições consolidadas, como Fiocruz, Butantan, Lafepe e Funed.
“O processo envolve avaliação de cronogramas, infraestrutura e garantias de fornecimento. Em tecnologias como as canetas de GLP-1, há poucos parceiros privados dispostos à transferência de tecnologia e a propriedade intelectual é um desafio”, destacou o laboratório.
Apesar do contexto competitivo, a Iquego afirma estar confiante em conquistar até três aprovações nos programas atuais. “A base industrial e regulatória foi fortalecida, e os aprimoramentos apresentados nos recursos aumentam nossa expectativa de sucesso”, complementou.
Criada em 1962, a Iquego é uma sociedade de economia mista, com 51% de controle estatal, e tem como função produzir insumos e medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e redes públicas de saúde.
O laboratório é administrado por um conselho de 11 membros, e a presidência é indicada pelo Governo de Goiás, seu acionista majoritário. Parte dos lucros — até 20% ao ano — pode ser distribuída aos acionistas, embora a Assembleia Geral tenha a prerrogativa de reinvestir esses recursos na própria operação.
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