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Divulgação - Polícia Civil
Polícia aponta que Rildo Soares matou ou estuprou ao menos sete mulheres; investigações ligam série de crimes a desaparecimentos e incêndios na cidade
Suspeito de feminicídios em Rio Verde usava uniforme de gari para não levantar suspeitas
30/09/2025, às 09:21 · Por Redação
A Polícia Civil de Goiás revelou que Rildo Soares dos Santos, 33, investigado por ao menos sete crimes violentos contra mulheres em Rio Verde, utilizava uniformes de gari para circular durante a madrugada sem chamar atenção. Segundo o delegado Adelson Candeo Júnior, responsável pelo Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) da cidade, o próprio suspeito admitiu que usava a vestimenta para despistar. “Ele nunca foi parado na rua. Quem o via pensava que ia trabalhar”, afirmou.
Rildo é investigado formalmente por três feminicídios, três estupros e dois desaparecimentos. Os crimes têm como características comuns a violência extrema e, em alguns casos, o uso de fogo. Ele também responde por tentativa de latrocínio, roubo e furto de veículos, além de incêndio em uma cooperativa, que deixou uma vítima morta. As vítimas de Rildo viviam, em sua maioria, em situação de rua e vulnerabilidade social. A investigação aponta que o suspeito abordava as mulheres simulando assaltos, estuprava e depois as matava. Em alguns casos, tentou atear fogo nos corpos e nos locais do crime.
No caso mais recente, em 11 de setembro, Rildo teria estuprado e assassinado a auxiliar de produção Elisângela da Silva Souza, 26, ao sair de casa para o trabalho. A polícia identificou semelhanças imediatas com outros crimes: a morte de Alexania Hermogenes, 40, em agosto, e a de Monara Pires, 31, em julho.
Na casa do suspeito, policiais encontraram três uniformes de gari manchados, que passarão por perícia, além de pertences femininos e infantis. Uma bolsa foi reconhecida por familiares de uma das mulheres desaparecidas. Rildo tinha contato com funcionários de uma empresa de limpeza urbana da cidade e tentava emprego no local, mas não está claro como obteve os uniformes.
Antes da prisão de Rildo, dois homens chegaram a ser apontados como suspeitos de feminicídios, devido a históricos de violência contra as vítimas. Um deles ainda está preso por denúncia do Ministério Público, mas, segundo o delegado, sua participação foi descartada. “Mesmo após aquelas prisões, a equipe acreditava que os crimes tinham sido cometidos por outra pessoa. Quando vimos o corpo de Elisângela, ficou claro que era o mesmo autor”, explicou Adelson.
A polícia relaciona a Rildo uma sequência de ataques desde março, incluindo dois estupros com tentativa de queimar as vítimas, o desaparecimento de mulheres, roubos e a tentativa de matar um homem para levar o carro. Em Salvador, onde viveu antes, também é investigado por roubos, estupros e homicídios. Rildo chegou a ser preso em maio por furto de um carro, mas foi solto após pagar fiança. A esposa, que vive na Bahia, relatou que ele dizia ouvir vozes que o mandavam cometer crimes, comportamento que também foi descrito por pessoas próximas.
Para a Polícia Civil, os padrões de crueldade apontam para a atuação de um serial killer. O delegado, no entanto, prefere classificá-lo como “criminoso em série” pela variedade de delitos. Se condenado por todos os crimes já apurados, a pena pode ultrapassar 200 anos de prisão. “É nítido que a violência praticada por ele era desnecessária e revelava prazer em agredir as vítimas”, disse Adelson.
As buscas pelas mulheres desaparecidas continuam, com expectativa de que perícias nos uniformes e objetos encontrados tragam novas evidências.
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