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E dá-lhe aumento do número de deputados, e dá-lhe PEC da Blindagem, e dá-lhe anistia fajuta...

Coluna do Pablo Kossa: Congresso vai ter que segurar sua onda

29/09/2025, às 21:32 · Por Pablo Kossa

A arrogância corrompe até o mais fortalecido dos superegos. Quando alguém está ébrio da convicção de que tudo pode, ele é ID puro na perspectiva psicanalítica. Normalmente, esse comportamento antecede um tombo de proporções mastodônticas do qual muitos jamais se recuperarão. É bom que os deputados federais brasileiros saibam disso.

 

A sequência de más notícias envolvendo o Congresso Nacional, de forma ainda mais intensa a Câmara dos Deputados, abalou a imagem precária dos políticos. É aquele negócio, piorou o que já estava ruim. Eles n`ao se tocaram que a sociedade estava ficando de saco cheio de quem só se importa com o próprio umbigo.

 

E dá-lhe aumento do número de deputados, e dá-lhe PEC da Blindagem, e dá-lhe anistia fajuta...

 

Esse achavam que o comportamento, digamos, “umbiguista” (o leitor não merece eu me metendo a neologismos de Guimarães Rosa, só que de quinta categoria) seria digerido com tranquilidade pela opinião pública. A tríade composta por fartas emendas parlamentares mais fundos eleitoral e partidário anabolizou a autoestima do deputado brasileiro.

 

Os caras estavam se sentindo uns super-homens. Ele só na contavam com a kriptonita vinda das ruas. Um mar de gente colocando o dedo na cara dos parlamentares e exigindo menos desfaçatez. Menos cara de pau. Um pouco mais de pudor.

 

Ébrios que estavam, não perceberam o pulso das ruas. Até que a massa veio pro asfalto mostrar sua irritação.

 

Na política brasileira são cambalhotas por minuto. Daqui até outubro de 2026, quando saberemos se o mal-estar se transformou em rejeição aos atuais deputados, é tempo demais. Pode ser que tudo mude. Mas também pode ser que não.

 

Por prudência, é razoável colocar as barbas de molho e ter consciência de que quem tem mandato pode muito, mas não pode tudo. É bom não folgar para que a rosca não espane. Contudo, caso queiram arriscar e seguir nessa toada, que sigam.

 

Só não digam que as ruas não deu sinais de que a palhaçadinha estava indo longe demais.


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