Mais de 80% dos pacientes do Cora são do interior ou de outros estados

Em apenas três meses de funcionamento, o Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora), em Goiânia, já mostrou a que veio: mais de 80% dos atendimentos realizados foram destinados a pacientes vindos do interior ou de outros estados. Desde a abertura, em junho, 135 crianças e adolescentes iniciaram tratamento na unidade, que atingiu a marca de 2 mil procedimentos realizados.

A inauguração oficial ocorreu nesta quarta-feira (25), com a presença do governador Ronaldo Caiado (UB), que celebrou o aniversário no hospital. Para ele, o Cora simboliza a consolidação de Goiás como polo de tratamento de alta complexidade. “As crianças serão tratadas aqui pelo SUS, em um padrão equivalente aos melhores hospitais particulares do mundo”, disse.

Perfil dos pacientes e atendimentos

Do total de atendidos, 79,3% são do interior, 17,4% de Goiânia e 3,1% de outros estados, como Amazonas e São Paulo. Entre as cidades de origem estão Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Mineiros, Jataí, Araguari e Guarujá.

Nesses três meses, o Cora realizou 225 cirurgias, 526 consultas médicas, 926 consultas multiprofissionais e 104 sessões de quimioterapia. O destaque está nos casos de leucemias e tumores do sistema nervoso central, mas todos os tipos de câncer pediátrico vêm sendo tratados, incluindo fígado, rins, ósseos e linfomas.

Estrutura e funcionamento

Inspirado no modelo do Hospital de Amor de Barretos (SP), o Cora foi construído e é gerido pela Fundação Pio XII, com contrato de 12 anos. A ala infantojuvenil foi entregue em junho de 2025, com 60 leitos em operação e 115 espaços de cuidado, funcionando 24 horas por dia.

O complexo conta ainda com soluções tecnológicas inéditas no estado, como uma sala cirúrgica equipada com ressonância magnética e microscópio para diagnósticos colaborativos em tempo real. Mais de 275 profissionais já foram capacitados pelo Hospital de Amor.

Impacto e próximos passos

Para o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, a demanda superou as expectativas. “Não imaginávamos que havia tantos pacientes aguardando tratamento. A maioria chega com suspeita de leucemia ou tumor cerebral”, disse.

Além do atendimento direto, o Cora tem papel de capacitar equipes da atenção primária em todo o estado, fortalecendo a detecção precoce de câncer em crianças e adolescentes.

As próximas etapas incluem a construção da ala adulta, com 100 leitos, e a de prevenção, previstas para serem erguidas de forma independente. Duas casas de apoio para familiares também estão em implantação, com apoio do Instituto Ronald McDonald e de artistas como Alok e Gusttavo Lima, que já contribuíram financeiramente ou com shows beneficentes.

Caso emblemático

A experiência de famílias atendidas ilustra a relevância do novo hospital. Taila de Morais, mãe da pequena Alice, de 3 anos, conta que antes precisava viajar semanalmente a Brasília para tratar a filha, diagnosticada com leucemia. “Agora, são apenas 40 minutos até Goiânia. Isso mudou a nossa vida”, relata.

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