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Goiânia, 02/10/25
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O episódio expõe um dos lados mais duros da política: a tentativa de transformar a dor de famílias em mero cálculo eleitoral

A derrota da insensibilidade: Caiado entrega hospital que Marconi tentou impedir

26/09/2025, às 14:48 · Por Redação

inauguração do Complexo Oncológico de Referência de Goiás (Cora), realizada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na manhã de quinta-feira, 25, marcou um avanço histórico na saúde pública do Estado. Primeira unidade dedicada exclusivamente ao tratamento do câncer infantil, o hospital simboliza também a derrota de uma oposição que tentou, sem sucesso, impedir sua construção. O episódio expõe um dos lados mais duros da política: a tentativa de transformar a dor de famílias em mero cálculo eleitoral.

No ano passado, Marconi Perillo (PSDB), presidente estadual da sigla, acionou o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) pedindo a anulação do termo de colaboração entre o Governo de Goiás e a Fundação Pio XII, responsável pelo Hospital do Amor de Barretos, referência nacional em oncologia. Se tivesse sido atendido, o pedido poderia suspender as obras e inviabilizar a primeira unidade pública voltada exclusivamente ao câncer infantil em Goiás. A iniciativa foi duramente criticada pela falta de sensibilidade diante de uma doença que ameaça diretamente a vida de crianças e adolescentes.

Além da ação no TCE, Perillo foi às redes sociais para desqualificar o projeto, chamando o Cora de “caixotinho” e alegando que o investimento não se justificaria, já que o câncer infantil representa apenas 2% dos casos. O ex-governador ignorou, no entanto, que a doença é a principal causa de morte por enfermidades entre crianças. A tentativa de reduzir a importância da obra foi rejeitada pelo TCE, que reconheceu a legalidade do contrato e assegurou a continuidade da construção. “Esta obra não é um caixote, como alguns citaram. Ela é vida, humanidade, compromisso”, afirmou Caiado em coletiva de imprensa antes da inauguração, ao relembrar as dificuldades para viabilizar o hospital, desde a cessão do terreno às margens da BR-153 até o custeio integral com recursos estaduais, passando pelos desafios da pandemia.

Hoje, o Cora é realidade. Em pouco mais de dois meses de funcionamento, já diagnosticou e iniciou o tratamento de 119 casos de câncer, realizou 225 cirurgias e 181 internações, além de 526 consultas médicas e 926 atendimentos multiprofissionais em áreas como nutrição, fisioterapia e psicologia. O hospital, que dispõe de 60 leitos, centro cirúrgico, UTI pediátrica, unidade de transplante de medula óssea e moderno sistema de filtragem de ar, já contabiliza 104 sessões de quimioterapia e 853 manipulações de quimioterápicos. Com custeio mensal de R$ 6,8 milhões, tornou-se referência de acolhimento humanizado e esperança para centenas de famílias.

Mais do que um avanço na rede de saúde, o Cora se consolidou como um marco civilizatório em Goiás. Sua existência evidencia que, ao contrário do discurso reducionista da oposição, cada vida infantil tem valor inestimável — e que não há espaço para insensibilidade quando o que está em jogo é o direito à vida.


Cora Hospital do Câncer Goiânia Goiás