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Goiânia, 02/10/25
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André Saddi

Vice-governador Daniel Vilela diz que movimentação não é resultado de articulação ativa e reforça cobrança ao governo federal por repasses na saúde

Daniel Vilela vê como “natural” filiação de prefeitos do PL à base de Caiado

26/09/2025, às 09:02 · Por Redação

O vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), classificou como “natural” a aproximação de prefeitos eleitos pelo PL com a base do governador Ronaldo Caiado (UB). Em entrevista ao podcast Giro 360, parceria do jornal O Popular com a CBN Goiânia, Daniel afirmou que a adesão de gestores municipais ao MDB ou ao União Brasil não é fruto de ação direta do Palácio das Esmeraldas, mas de um movimento espontâneo.

Segundo ele, os prefeitos buscam se alinhar ao governo estadual em razão da parceria administrativa. “É algo muito natural, muito tranquilo e que a gente tem recebido. Faz parte do jogo político. Até o momento em que o PL, espero eu, possa tomar uma decisão de estar conosco. O jogo é esse. Não tem como também ser hipócrita em relação à política”, disse.

Daniel declarou que prefere, em alguns casos, indicar a filiação de prefeitos ao União Brasil para evitar antecipar eventual disputa entre MDB e PL. “Teve prefeito que eu inclusive fiz questão e disse para ele se filiar no União Brasil para não falar que eu estou puxando para o MDB aqui”, relatou. Ele citou ainda que, para os prefeitos, é importante estar no partido do governador, “pela sua alta aprovação e por tudo que as pessoas hoje enxergam no governador”.

Até março, seis dos 26 prefeitos eleitos pelo PL em 2024 haviam migrado para a base: cinco para o UB e três para o MDB. Outros dois assinaram ficha de filiação, mas ainda não anunciaram a mudança. O processo de cooptação, intensificado no início do ano, ficou suspenso entre abril e agosto, em meio a negociações entre a direção do PL e o governador.

Daniel, que será o candidato da base ao governo em 2026, disse que mantém conversas eventuais com lideranças do PL, como o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa, e o vereador e ex-deputado federal Vitor Hugo. Ele afirmou que também encontra o senador Wilder Morais, mas sem discutir uma composição formal.

O vice-governador aproveitou a entrevista para reforçar a cobrança por repasses do governo federal para a saúde. Segundo Daniel, o valor devido pelo Ministério da Saúde ao Estado chega a R$ 700 milhões em 2025. “Nós temos um problema sério, muito grave, que é a saúde. Nós estamos com um percentual de execução do orçamento muito alto. (...) Mas nós temos aí um problema que é o governo federal, que não cumpre com a sua responsabilidade”, declarou.

Daniel citou a falta de repasse para uma policlínica já habilitada e afirmou que, se a União cumprisse sua “obrigação constitucional”, metade do déficit orçamentário da saúde em 2025 seria reduzido. Ele disse que o governo avalia acionar o Supremo Tribunal Federal para exigir os repasses, mas ressaltou que é preciso ter base jurídica antes de judicializar.

Apesar das críticas, Daniel destacou que, ao assumir o governo em abril, manterá uma relação de “civilidade” com o Planalto. “Tanto eu quanto o MDB sempre tivemos uma relação de civilidade política. Nós nunca tivemos radicalismo com quem quer que seja, nem da extrema-direita nem com a extrema-esquerda. A gente entende que é através do diálogo e, principalmente, de uma política de resultado”, concluiu.


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