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O encontro foi marcado por discussões acaloradas entre vereadores da base, independentes e de oposição, sobretudo devido às emendas rejeitadas pelo relator
Comissão Mista aprova PPA, mas reunião é marcada por embates e críticas à Prefeitura
25/09/2025, às 14:54 · Por Redação
Em uma reunião extraordinária que se estendeu por quase três horas nesta quarta-feira (24), a Comissão Mista da Câmara Municipal de Goiânia aprovou o relatório do vereador Bruno Diniz (MDB) ao projeto de lei do Executivo que institui o Plano Plurianual (PPA) 2026-2029. O texto segue agora para votação em primeiro turno no plenário.
O encontro foi marcado por discussões acaloradas entre vereadores da base, independentes e de oposição, sobretudo devido às emendas rejeitadas pelo relator. Ao todo, foram apresentadas 68 propostas de alteração, mas apenas dez foram incorporadas ao texto.
Entre os mais críticos, o emedebista Pedro Azulão Jr. alertou que “essa seria a última vez” que votaria favoravelmente ao PPA “da maneira como está”. Em tom de desabafo, disparou contra o Executivo:
— Eu não vou mais ficar com o pires na mão pedindo coisas que aprovamos aqui e que não são cumpridas.
A fala de Azulão foi reforçada pelo presidente da Comissão, Cabo Senna (PRD), e pelo vereador Léo José (SD).
Acusações de acordo e reação da oposição
O líder do governo, Wellington Bessa (DC), admitiu que havia um acordo com o relator para não acatar emendas no colegiado, seguindo orientação direta do Paço Municipal. A revelação provocou protestos imediatos.
— Me estranha o líder do governo falar em acordo. Eu não fiz acordo com ninguém. Para quê serve a comissão, então? Aqui eu sou bibelô? Enfeite?, disparou Coronel Urzêda (PL), elevando o tom.
Na defesa, Anselmo Pereira (MDB) rebateu que a comissão não estava inibindo emendas, mas defendeu o “bom senso legislativo”.
Petistas como Edward Madureira e Kátia Maria também reforçaram as críticas, alegando dificuldade em inserir propostas que dialoguem com as necessidades da população.
Previsão orçamentária
De acordo com o relatório aprovado, o PPA projeta crescimento da arrecadação municipal de R$ 10,2 bilhões em 2026 para R$ 11,5 bilhões em 2029, com previsão de R$ 43,1 bilhões em despesas. Os recursos devem ser distribuídos em áreas como Educação, Saúde, Previdência, Transporte e Saneamento.
Entre as poucas emendas aprovadas, está a de Aava Santiago (PSDB), que prevê um plano de drenagem na região do Terminal da Praça A, em Campinas.
O documento também registra que a tramitação contou com duas audiências públicas, realizadas em setembro, e destaca o alinhamento do plano ao Plano Diretor, ao programa de governo municipal e à Agenda 2030 da ONU.
Clima político
Antes mesmo da reunião da Comissão Mista, o vereador Igor Franco usou a sessão ordinária para criticar novamente a gestão do prefeito Sandro Mabel (UB). Ele fez referência ao temporal que atingiu a capital na véspera, quando uma adolescente morreu eletrocutada por fio energizado. Enquanto a maioria evitou o tema, Franco aproveitou para cobrar responsabilidades da Prefeitura.
Considerado o principal instrumento de planejamento de médio prazo, o PPA define programas, ações e metas que devem nortear a administração municipal nos próximos quatro anos.
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